Fotografia de Maria José Freitas na página do Facebook do conferencista
Camões e Couto: o encontro histórico na torna-viagem para o Reino
comunicação
por
Jurista e investigador independente
29 SET. 2023 (Festa da Lua)
11h15-13h00 - Sessões simultâneas I
Mesa 22 – Auditório Renato Araújo, Reitoria.
Congresso Internacional organizado pelo Instituto Confúcio (IC) da Universidade de Aveiro (UA)
Resumo da comunicação:
“Camões e Diogo do Couto foram amigos em Goa entre 1559 (data da chegada do futuro cronista à Índia Portuguesa) e 1562 (data da partida do Poeta para os Mares do Sul da China na Viagem pera a China e Japão).
Couto esteve dez anos na milícia ao serviço do Governo da Índia entre 1559 e 1569, Camões como provedor dos defuntos entre 1562 e 1564. No regresso sofreu um naufrágio na latitude do Mecon (Lus., X, 128), nas suas margens terá recebido cuidados de saúde de monges budistas (Lus., VII, 79-80 e X, 127-128), pode ter visitado então as Ilhas das Especiarias (Tidore e Ternate, X - 132) e regressou finalmente à Índia.
Embarcado em finais de 1567 com o capitão Pero Barreto para a capitania de Sofala e Moçambique, aí aguarda ocasião para continuar o regresso ao Reino quando, em fevereiro de 1569, ouve dizer que Diogo do Couto havia desembarcado e lhe envia o soneto Amado Couto (Déc. VIII, v. extensa). O forte da Ilha foi construído em 1558, substituindo Sofala como o centro principal de operações na região.
Ambos na torna-viagem para o Reino, acabam por conviver de fevereiro a novembro de 1569 na Ilha e, depois, durante a viagem no Santa Clara até ao desembarque em Cascais, em abril de 1570.
Foi um encontro providencial, graças ao qual o Poeta dá conta ao dialogista (e futuro cronista da Ásia) da sua viagem à China (Macau), testemunho plasmado por Couto no (Primeiro) ‘Diálogo do Soldado Prático’ (1569), capítulo XXV.
Sem este encontro histórico, não saberíamos hoje, com certeza histórica, em que estabelecimento português da China o Poeta esteve, qual o ano em que partiu para Macau (1562) e com que Capitão-mor da Viagem pera a China e Japão ele embarcou (Pero Barreto). Testemunho incontornável o de Couto, em 1569 no Diálogo e, muitos anos depois, reiterado na Década VIII (v. extensa).”
“Diálogos Interculturais Portugal-China”
Organização:
Instituto Confúcio da Universidade de Aveiro
No Campus Universitário de Santiago (edifício 3)
3810-193 Aveiro, PORTUGAL
27-29 de setembro de 2023
- Poster do III Congresso Internacional “Diálogos Interculturais Portugal-China”.
- Eduardo Ribeiro, o investigador e conferencista, durante o evento. - Fotografia de Maria José Freitas partilhadas no perfil do Facebook do conferencista.
- Evento, fotografia de Maria José Freitas, ibidem.