2017/02/04

A recorrência de Camões no ensaísmo de Helder de Macedo




Helder Macedo
Camões e outros contemporâneos
Lisboa: Presença, 2017.



Na coletânea de ensaios Camões e outros contemporâneos, Helder Macedo parte da premissa «contemporâneos são todos aqueles com quem vivemos». 

Desse modo, a sua abordagem literária privilegiará, recorrentemente, a obra de Luís de Camões, mas abrangerá igualmente outros nomes maiores da nossa literatura, dos cantores trovadorescos, a Cesariny, de Bernardim Ribeiro a Herberto Helder, de Sá de Miranda a M. Teixeira-Gomes ou José Saramago, Sophia, José Cardoso Pires ou mesmo o «grupo do Café Gelo».

Um livro constituído por vinte e quatro textos ou capítulos, representativos do rigor e inovação do ensaísta, autor de estudos camonianos como Camões e a viagem iniciática (1980; 2.ª ed., 2013), estudos que encontram o seu enquadramento no capítulo em que o autor expões a sua visão crítica da história da literatura portuguesa. Nessa contextualização histórico-cultural, o leitor poderá conhecer em traços globais e gerais as "convergências e divergências" entre os autores, obras e temas abordados em cada capítulo.

A coletânea divide-se em quatro partes. A primeira, intitulada “Camões e a modernidade da tradição”, integra ensaios, entre outros, sobre Camões e Sá de Miranda. A segunda, “História, memória e ficção”, inclui, entre outros, textos sobre Fernão Lopes e António Vieira, para além de outros sobre as personagens D. Quixote e Dulcinia, as “ficções da identidade” em Fernando Pessoa e Cesário Verde e ainda sobre “A Balada da Praia dos Cães” de José Cardoso Pires. A terceira parte, constituída por “Testemunhos”, compreende oito textos sobre Sophia, Cesariny ou Herberto Helder. A quarta e última parte é dedicada ao referido “enquadramento analítico" de "oito séculos de literatura portuguesa”.

A coletânea de ensaios foi lançada no dia 2 de fevereiro, de 2017. A descobrir.