EXPOSIÇÃO BIBLIOGRÁFICA, ICONOGRÁFICA E MEDALHÍSTICA DE CAMÕES
Biblioteca Nacional de Lisboa.
de 16 novembro de 1972 a 31 de março de 1974
promovida pela
Comissão Executiva do IV Centenário da Publicação de "Os Lusíadas"
*
Organização:
o diretor da Biblioteca Nacional de Lisboa (como coordenador)
Prof. Dr. José V. Pina Martins (na parte bibliográfica, o catálogo)
Maria José Mendonça, diretora do Museu Nacional de Arte Antiga (na parte artística)
Ernesto Martins (consultor iconográfico)
o artista João Paulo de Abreu e Lima (dir. da equipa de montagem).
Resenha pelo Dr. José António G. de Souza Barriga,
em sessão realizada no Real Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro,em 12 de novembro de 1973:
“Inaugurada em 16 de novembro pelo Chefe do Estado e com a presença de membros do Governo e do Corpo Diplomático, entre os quais o Embaixador do Brasil e demais pessoal da representação diplomática deste país em Lisboa, a Exposição bibliográfica, iconográfica e medalhística sobre Camões-se manteve-se aberta, na Biblioteca Nacional de Lisboa, até 31 de março de 1973, registando durante esse período extraordinária afluência de visitantes.
Por feliz e propositada coincidência de programas, pôde a exposição ser visitada, logo no dia da sua inauguração, por distinta e qualificada representação internacional de especialistas e de estudiosos da obra de Luís de Camões. Refiro-me à presença dos participantes na I Reunião Internacional de Camonistas, que, por não ter havido sessão nessa tarde, se puderam deslocar às dependências da Biblioteca Nacional para o ato inaugural, sem terem que interromper os seus trabalhos.
Promovida pela Comissão Executiva do IV Centenário da Publicação de "Os Lusíadas", foi a exposição organizada por uma subcomissão ou grupo de trabalho que integrava o Prof. Dr. Pina Martins (na parte bibliográfica), o diretor da Biblioteca Nacional de Lisboa (como coordenador), a diretora do Museu Nacional de Arte Antiga (na parte artística), Ernesto Martins (consultor iconográfico) e o artista João Paulo de Abreu e Lima, decorador que chefiou a equipa de montagem.
Nessa notável mostra camoniana, estiveram patentes numerosíssimas edições de Os Lusíadas (desde a 1.ª até às edições de 1972), traduções nas mais variadas línguas, estudos e obras sobre o Poema e o seu autor, enquadradas por um conjunto de preciosidades da época – quadros, tapeçarias, mobiliário, etc., cedidas por Bibliotecas, Museus e Palácios Nacionais, e por muitas entidades particulares que, com notável espírito de colaboração, colocaram à disposição da Comissão Executiva essas preciosidades para figurarem na exposição que, deste modo, apresentou um conjunto de raridades bibliográficas e artísticas que não será fácil voltar a reunir.
A par dos velhos manuscritos e livros raros, preciosidades bibliográficas, como a Bíblia de Gutenberg, o 1.º livro impresso em Portugal, o Almanach Perpétuo de Abraão Zacuto, puderam ver-se na exposição quadros de Columbano, Malhoa, António Soares, Almada Negreiros e muitos outros
Tapeçarias, peças de arte em marfim, contadores, arcas e biombos, iluminuras, pratos orientais, uma esplendorosa coleção de objetos de origem japonesa chinesa, indo-portuguesa e africana, representativos da cultura em Portugal no século de Camões, enquadravam a apresentação das centenas de edições de Os Lusíadas.
Entre os documentos em exibição, figuraram a carta de perdão, a Luís de Camões, da pena que estava cumprindo por motivo de uma rixa, o alvará da concessão de 15 000 réis de tença a Luís de Camões pela publicação de Os Lusíadas e o alvará que manda dar a mãe de Luís de Camões 600 réis da tença que vagou por morte de seu filho.
A Comissão Executiva promoveu a cunhagem de uma medalha comemorativa e a publicação de um guia e de um excelente catálogo – volume de quase 600 páginas, com muitas gravuras, que constitui, ele próprio, uma valiosa contribuição bibliográfica para a comemoração do IV Centenário da publicação de Os Lusíadas.”
Fonte: