2022/07/23

CAMONISTA - Marcia Arruda Franco








Marcia Arruda Franco
N. 21.10.1960
Camonista, investigadora, professora, editora literária.


Marcia Arruda Franco é doutorada em Letras Vernáculas – Literatura Portuguesa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1997) e pós-doutorada pela Universidade de Lisboa (2003).

Atualmente leciona na área de Letras na Universidade de São Paulo (USP), onde é responsável pela disciplina Para a História Não Oficial de Camões: Novas Abordagens de Estudos Camonianos




Desde 2019 que coordena o projeto multidisciplinar, na parceria USP-UMINHO, Reescrever o século XVI, o qual tem como objetivo principal "estudar o século XVI através de revisitações críticas de fontes quinhentistas, bem como analisar a recepção do Quinhentismo nas literaturas brasileira e portuguesa."
No âmbito de trabalho deste projeto, está em desenvolvimento a conceção e edição da Antologia Homoerótica Camoniana (AHC), a partir dos 10 poemas de Luís de Camões dedicados a D. António de Noronha, segundo a hipótese ficcional da obra Pode um desejo imenso (Lisboa: Livros Cotovia, 2002 / 6.ª ed. rev. e integral, 2015) de Frederico Lourenço.
Este projeto antológico envolve estudantes da graduação e da pós-graduação, das duas instituições parceiras, mas também do ensino médio em projetos vinculados à USP. A AHC está em elaboração, pois, por uma equipe de jovens camonistas da UMinho e da USP, muitos deles discípulos da Professora Marcia Arruda Franco.

A investigadora, com ampla obra publicada em livro e em periódicos académicos da especialidade, colabora também com o CIEC da Universidade de Coimbra. Das suas áreas de interesse, destacamos para os Estudos Camonianos: Sá de Miranda, Luís de Camões, Garcia de Orta e a época do Renascimento.

Marcia Arruda Franco publicou vários livros de ensaios em Portugal e no Brasil, entre eles: Sá de Miranda, um poeta no século XX (2001), Sá de Miranda: poeta do século de ouro (2005), Poesias / Francisco de Sá de Miranda (2011), Camões e Garcia de Orta em Goa e em Portugal (2019), Reescrever o século XVI: para uma história não oficial de Camões (2022), volume coletivo coorganizado com Paulo César Ribeiro Filho.



 

CAMONIANA / Século XVI


FRANCO, Marcia Arruda
  • (1990) Um século de leituras mirandinas. – Dissertação de Mestrado em Letras; com orient. De Cleonice Serôa da Mota Berardinelli. Rio de Janeiro: Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, PUC-Rio, Brasil.
  • (1997) Sá de Miranda e as questões poéticas do século XVI. – Tese de Doutorado em Letras Vernáculas: Literatura Portuguesa. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ, Brasil.
  • (1997) “Aquele único exemplo” – os signos irônicos do império português, Revista do IFAC, n.º 4 (dez. 1997), 64-67.
  • (1998) O “emprego indiano” em dois sonhos épicos, in Congresso Internacional de Estudos Camonianos, Rio de Janeiro: UERJ/SBLL, 1999, 381-387. – [Sep. de Anais do / Congresso...].
  • (1999) Camões, leitor de Sá de Miranda, Veredas: Revista da AIL, Porto, n.º 2, 29-47.
  • (1999) Camões, leitor de Sá de Miranda. Porto: Fundação Eng. António de Almeida, p. 29-47.
  • (2000) Botânica, Amor e Poesia, Camões e garcia d'Orta em Goa e em Portugal (sécs. XVI e XIX). – Relatório de pesquisa.
  • (2001) Sá de Miranda, um poeta no século XX. Braga: Angelus Novus - IPLB.
  • (2002) Botânica e Poesia: Camões e Garcia d'Orta em Goa, Revista Camoniana, Bauru/SP, n.º 12, p. 111-134. – [Comunicação, I Congresso Internacional de Lexicografia e Literaturas Lusófonas, 2000].
  • (2002) Botânica, Poesia e Mulher: Psicoativos e afrodisíacos nos Colóquios dos Simples e drogas e na obra de Camões, Estudios Portugueses, Salamanca, n.º 2, p. 55-71.
  • (2002) Sextina III ou Canção do próprio canto, in SILVESTRE, Osvaldo; Pedro Serra (org.) – Século de ouro: antologia crítica da poesia portuguesa do século XX. Lisboa/Coimbra/Braga: Angelus Novus & Cotovia, p. 86-93.(2003) Camões e Orta na corte do vice-rei conde de Redondo, Revista Camoniana, Bauru/SP, n.º 13, p. 47-63.
  • (2005) Fiama Camonista, Metamorfoses, Lisboa/Rio de Janeiro, v. 6, p. 43-54.
  • (2005) Sá de Miranda: poeta do século de ouro. Coimbra: Angelus Novus.
  • (2005) Camões e Orta lidos pelo Conde de Ficalho, in OLIVEIRA, Paulo Motta e Annie Gisele Fernandes (org.) Literatura Portuguesa Aquém-Mar. Campinas: Komedi, p. 73-90.
  • (2005) Camões na cultura popular brasileira. – Apresent. de trabalho/conferência ou palestra.
  • (2005) Uma zombaria de Luís de Camões esquecida nas Rimas, in BERNARDES, José Augusto Cardoso (org.) Camões: matrizes e projecções ibéricas. Santa Barbara/ Coimbra: Center of Portuguese Studies / CIEC.
  • (2006) Resumos de Os Lusíadas. Entreclássicos/Camões, São Paulo, 22 jul. 2006.
  • (2007) As duas versões do Auto do Filodemo de Camões. – Apresent. de trabalho/conferência ou palestra
  • (2007) Da distância entre o presente e o passado: três releituras novecentistas de Sá de Miranda, in OLIVEIRA, Paulo Motta et al. (Org.). Literatura Portuguesa: história, memória e perspectivas. São Paulo: Alameda, p. 65-73.
  • (2009) O cenário mediterrâneo da Ilha de Vênus n’Os Lusíadas, Portogallo e Mediterraneo, Atti del Congresso Internazionale (a cura di Maria Luisa Cusati), Napoli, p. 181-192.
  • (2010) Os primeiros cultores da maneira italiana em Portugal, ABRIL – Revista do Núcleo de Estudos de Literatura Portuguesa e Africana da UFF, vol. 3, n.° 4 (abril 2010), p. 117-132.
  • (2010) Camões em duas canções da MPB [Música Popular Brasileira], Floema (UESB) , n.º 7 (jul. - dez. 2010), p. 137-153.
  • (2010) Dossiê Camões. 11.ª ed. Vitória da Conquista: Edições UESB. – [174 p.].








Poesias / Francisco de Sá de Miranda


Edição e introdução de Marcia Arruda Franco

Coimbra: Angelus-Novus / Centro de Literatura Portuguesa, 2011.

Coleção "Biblioteca Lusitana".



  • (2011) Afrânio Peixoto, Júlio (camonista), verbete, in Dicionário de Luís de Camões. Org. Vítor Aguiar e Silva. Alfragide: Caminho, p. 20-22.
  • (2011) O cânone literário português e Camões, verbete, in Dicionário de Luís de Camões. Org. Vítor Aguiar e Silva. Alfragide: Caminho, p. 219-228.
  • (2011) Desconcerto do Mundo, verbete, in Dicionário de Luís de Camões. Org. Vítor Aguiar e Silva. Alfragide: Caminho, p. 312-316.
  • (2011) Horacianismo em Camões, verbete, in Dicionário de Luís de Camões. Org. Vítor Aguiar e Silva. Alfragide: Caminho, p. 417-419.
  • (2011) Labirintos, verbete, in Dicionário de Luís de Camões. Org. Vítor Aguiar e Silva. Alfragide: Caminho, p. 457-459.
  • (2011) “Ficalho, Conde de, Flora dos Lusíadas”, verbete, in Dicionário de Luís de Camões. Org. Vítor Aguiar e Silva. Alfragide: Caminho, p. 384-387.
  • (2012) Sá de Miranda e Camões, in FRAGA, Maria do Céu et al. (org.) Camões entre os contemporâneos. Braga: CIEC - UC, Univ. dos Açores, Univ. Católica Portuguesa, p. 203-216.
  • (2014) Convite que fez Camões em Goa a certos Fidalgos, e-lyra: revista de rede internacional Lyracompoetics, n.º 4 (out. 2014), 21-45.
  • (2015) A Zombaria de Camões à Entrada de Francisco Barreto em Goa. – Apresent. de trabalho/conferência ou palestra.
  • (2017) Labirinto do autor, queixando-se do mundo, corre sem vela e sem leme. Convergência Lusíada [digital], vol. 23, n.º 27 (jan.-jun. 2012): Sobre Luís de Camões.
  • (2017) Fadas e encantamentos no teatro quinhentista português, E-Scrita: revista do curso de letras da UNIABEU, vol. 8, n.º 3, p. 129-143. – Em coautoria com Paulo César Ribeiro Filho.(2018) A correspondência entre António Ferreira e Sá de Miranda, Texto Poético, vol. 14, n.º 24 (jan.-jun. 2018), p. 4-27.
  • (2019) A quinta carta em prosa de Camões: ?Por que nem tudo seja falar-vos de siso?, ABRIL, n.º 11, Niterói, p. 43-56.








Camões e Garcia de Orta em Goa e em Portugal (Séculos XVI e XIX)

De Marcia Arruda Franco
Coimbra: Centro Interuniversitário de Estudos Camonianos – FLUC, 2019.
Coleção Monografias, 2.





Índice


Teorética, pp. 11-17.

PARTE I – CAMÕES E ORTA NO SÉCULO XIX
  • Ficalho e a sua geração, 21-24.
  • A crítica das Ciências Naturais na ordem da cultura: A Relíquia, 25-33.
  • Camões e Garcia d’Orta lidos pelo conde de Ficalho, 35-52. [v. anos 2005, 2011]
  • Paisagem mediterrânea na ilha dos amores, 53-62. [v. ano 2009]
PARTE II – NO SÉCULO XVI
  • Camões e Garcia d’Orta a partir dos paratextos de os Colóquio, 65-85.
  • Botânica, amor e poesia: psicoativos, afrodisíacos e a mulher, 87-109. [v. anos 2000. 2002]
  • A rota das especiarias em textos do século XVI, 111-129.
  • Fiama camonista, 131-143. [v. ano 2005]
  • A zombaria de Camões a Dom Francisco Barreto, 145-162. [v. ano 2015]
  • Camões e Orta na corte do Vice-Rei, o Conde de Redondo, 163-168.
  • Convite para uma ceia toda em trovas, 169-181. [v. ano 2014]
  • O tema do desconcerto do mundo, 183-189. [v. ano 2011]
CODA
  • Labirinto do autor, queixando-se do mundo, 193-202. [v. anos 2011, 2017]
APÊNDICE
  • Colóquio do Anfião, 205-207.
  • Colóquio do Bangue, 209-2010.
  • Colóquio da Datura e dos Duriões, 211-213.



  • (2019) Camões no modernismo paulista, Colóquio/Letras, n.º 202 (set. 2019), Lisboa, p. 137-148.
  • (2021) Poesia e Filosofia. Pneumo-fantasmologia em alguns sonetos do dolce stil novo renovado. de Sá de Miranda, Românica, Lisboa, 24, p. 95-106.





Reescrever o século XVI: para uma história não oficial de Camões

Org. Marcia Arruda Franco, Paulo César Ribeiro Filho.

São Paulo : FFLCH/USP, 2022.




Publicação de Márcia Arruda Franco no volume, para além da coorganização e do prefácio:

  • (2022) “Carta que um amigo a outro manda de novas de Lisboa” – A quinta carta em prosa de Camões: por que nem tudo seja falar-vos de siso: proposta de edição de –, in idem, ibidem, p. 231-237.
  • (2022) “Sobre o gênero cartas em prosa no Renascimento e as cartas em prosa de Camões” (p. 238-249) – Artigo seguido do seguinte “Apêndice”: “Cartas em prosa de Camões manuscritas, in idem, ibidem, p. 250-262.


Do prefácio desta obra, da autoria dos organizadores, Marcia Arruda Franco Paulo César Ribeiro Filho:
"Neste ano em que se comemoram os 450 anos de Os Lusíadas, pareceu-nos importante trazer à luz outra face de Luís de Camões. A presente publicação decorre das VI Jornadas de Literatura Portuguesa - Para a história não oficial de Camões: Novas propostas de estudos camonianos (2018), e do Grupo de Pesquisa Reescrever o século XVI (CNPq/USP).

Por história não oficial de Camões e do século XVI entendemos aqueles lugares iconográficos e textuais que são pouco estudados em virtude de ameaçarem não só a figura oficial do poeta incontornável da cultura portuguesa, mas também as navegações portuguesas como símbolo da sua identidade cultural e do seu papel civilizatório." (p. 6)






Com referido supra, no âmbito do projeto Reescrever o século XVI, está em desenvolvimento a edição da Antologia Homoerótica Camoniana (AHC):


"A Antologia Homoerótica Camoniana (AHC), que vem sendo desenvolvida desde 2019, insere-se num projeto internacional, “Reescrever o século XVI”, desenvolvido em cooperação entre a Universidade do Minho (Portugal) e a Universidade de São Paulo (Brasil). 

Investigar o homoerotismo na poesia do passado remoto, de forma a rastrear a forma como a Imitatio renascentista leva os poetas da época a revisitar os lugares do homoerotismo antigo, implica 

1) distinguir o que se entende por prática homoerótica na sociedade de corte no início dos tempos modernos 

2) determinar a sua tematização na poética renascentista, de acordo com a Imitatio. 

Assim, este projeto parte de uma leitura do romance de Frederico Lourenço, Pode um desejo imenso (2002), no qual Camões-personagem é preceptor de D. António de Noronha, jovem a quem teria dedicado 10 poemas líricos de teor homoerótico. A partir da perspetiva filológica e histórico-cultural, os poemas serão lidos, independentemente do seu lugar no cânone lírico, em clave homoerótica, editados e anotados, de forma a poderem ser publicados numa breve antologia, que envolve estudantes da graduação e da pós-graduação, das duas instituições parceiras, mas também do ensino médio em projetos vinculados à USP."

Fonte: Site da AHC.