2023/12/31

CAMONISTA - Luiza Nóbrega












Luiza Nóbrega
Camonista, investigadora, escritora, pintora e professora.
Residente no Porto/Portugal.
luiza14 @ gmail.com




Luíza Maria Andrade Nóbrega possui formação em Direito (1970, Universidade Federal do Rio Grande do Norte [UFRN], Natal, Brasil) e Artes Plásticas; é mestre em Literatura Brasileira (1984, U. Brasília), doutora em Literatura Portuguesa (1996, UFRJ/U.NOVA de Lisboa), tendo realizado um pós-doc sobre Os Lusíadas (2008, U. Évora e U. NOVA) e um pós-doc em Literatura Brasileira (U. degli Studi di Perugia).

Dedicou-se à leitura e análise semântica dos discursos poéticos e especializou-se na obra dos poetas Luís de Camões e Lêdo Ivo. Tem colaborado em diversos periódicos brasileiros e internacionais e participado em encontros académicos e eventos de caráter literário. Como professora na UFRN, lecionou nos departamentos de Letras e Artes, tendo ministrado cursos sobre poesia e Os Lusíadas para estudantes em graduação e pós-graduação.

Como pintora, realizou diversas exposições no Brasil e no exterior.



COM CAMÕES NA UFF
"Na Federal Fluminense, em Niterói, estive diversas vezes, sempre para transmitir minhas teses sobre Camões e Os Lusíadas; fosse no curso que dei a doutorandos e mestrandos na Literatura Portuguesa, fosse em várias edições do colóquio Um Dia de Camões [...]".





CAMONIANA

  • (2024) Camões e Baco entre Ocidente e Oriente, in Felipe de Saavedra / RCnA&A (org.) Congresso Internacional Meio Milénio de Camões, Macau: Rede Camões na Ásia & África.
  • (2018) A fábrica e a música d’ Os Lusíadas: a combinatória semântica, instrumento básico na composição do poema camoniano, Colóquio/Letras, n.º 197 – número dedicado a Camões (jan.-abr. 2018), Lisboa: FCG, 39-51.
  • (2017) Baco: o herói dissidente d’Os Lusíadas: (carta aberta de uma camoniana aos leitores de Camões), in Musa Rara [revista online], Brasil, 18/02/2017.
  • (2016) A egípcia linda e não pudica: Cleópatra e a desejada parte oriental n’Os Lusíadas”, Colóquio/Letras, n.º 191 (jan.-abr. 2016), Lisboa: FCG, 137-147.
  • (2015) Luso-Liso-Lois-Luís: a dissidência lúdico-linguística subliminar n’Os Lusíadas, Colóquio/Letras, n.º 188 (jan.-abr. 2015), Lisboa: FCG, 177-184.
  • (2015?) Camões em diálogo franco [resposta a um estudo de Luís Maffei], in Mallarmargens: revista de poesia e arte contemporânea [online], 2.04.2015 [data de redação do texto].

Luiza Nóbrega

No Reino da Água o Rei do Vinho

submersão dionisíaca e transfiguração trágico-lírica d’ Os Lusíadas.

Natal: EDUFRN / Academia Norte-riograndense de Letras, 2013.
– 581 p. (24 cm).

    1. Recensão crítica por Martín López-Vega, in Colóquio/Letras, n.º 189 (maio 2015), 257-260. - [PDF]. / Reed. do texto publicado na revista Abril da UFF, vol. 6, n.° 13 (nov. 2014), 151-154. - [PDF].
    2. "Comentário a o Canto Molhado" por Silvina Rodrigues Lopes, Texto que é prefácio da ed. de 2013 de No Reino da Água o Rei do Vinho.



Luiza Nóbrega

 O canto molhado 

metamorfose d’Os Lusíadas

(leitura do poema como poema)

Lisboa: Publidisa - AQVA, 2008.

  • (2008) Navegante navegado: canto da ninfa-sereia e paixão dionisíaca d’Os Lusíadas, Românica, n.º 17 (2008), Lisboa: Dep. de Literaturas Românicas - FLUL, 229-245. – [Com ed. em 2002].
  • (2008) Liber Pater: o louvor de Baco da Antiguidade Greco-Latina ao Renascimento luso-italiano, Biblos: Revista da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, vol. 6 (2008), Coimbra: FLUC, 119-134. - [Há separata].
  • (2006) A traça no pano: contradicção de Baco n’Os Lusíadas, in Luiz Vaz de Camões Revisitado. - Vol. VII: a special issue on Luís de Camões. Santa Barbara: Center for Portuguese Studies, 79-115.
  • (2004) ‘Os Lusíadas’: a desejada poesia?, Jornal Tribuna do Norte, 01.02.2004, Caderno ‘Quadrante’, Natal, RN, p. 6.






A traça no pano: contradicção de Baco n’Os Lusíadas

Tese de Doutoramento elaborada na U.NOVA com orient. de Silvina Rodrigues Lopes;  
defendida na UFRJ, com orient. de Jorge Fernandes da Silveira. 

– RJ: Univ. Federal do Rio de Janeiro, Fac. de Letras, Dep. de Letras Vernáculas, 2001. 

– 488 f. : il. (30 cm); Bibliografia : f. 475-488.



  • (1999) Navegante Navegado: do Oriente desejado ao desejo orientalizado, a sintaxe reversiva da descoberta, in Literatura e Pluralidade Cultural. Lisboa: Colibri.
  • (1998) A Desejada Parte Oriental: combinatórias poéticas de uma metáfora d’Os Lusíadas a Invenção de Orfeu, in Cânones e Contextos: anais do V congresso da ABRALIC. Rio de Janeiro: ABRALIC.
  • (1992) Poética oceânica: duas chaves para compreender Os Lusíadas, Cerrados – Revista do Departamento de Letras da UnB, Ano 1, n.º 1 (1992), Brasilia: UnB, 24-26.



Navegar é preciso e viver também é preciso.
Porque viver é navegar. Seguir, seguir. 
Vencidas as borrascas, ancorar no porto duma 
cidade pequena e sossegada, depois aportar 
a uma cidade grande e cinza, de ar infectado por miasmas, 
demorar-se aqui e ali menos ou mais, até 
o dia do desembarque. E aí, como disse Pascal, 
não desembarcamos: somos desembarcados.

Luiza Nóbrega, texto e pintura



Comentário a "No Reino da Água o Rei do Vinho" de Luiza Nóbrega







 COMENTÁRIO A O CANTO MOLHADO 

por Silvina Rodrigues Lopes


No Reino da Água o Rei do Vinho: submersão dionisíaca e transfiguração trágico-lírica d’ Os Lusíadas, de Luiza Nóbrega, constitui um momento decisivo da leitura daquele poema de Luís de Camões, por quatro motivos principais: 
1. parte de um conhecimento exaustivo dos estudos camonianos, deslocando o horizonte aberto pelo que há de mais importante nessa tradição; 
2. realiza um trabalho de leitura e interpretação que, tomando o poema enquanto tal, na sua intrínseca complexidade, mostra a inépcia das leituras culturalistas que apenas encontram no poema a exaltação de feitos dos portugueses servida por uma estrutura retórica; 
3. apresenta uma argumentação consistente acerca dos processos metamórficos e dionisíacos que estruturam o poema; 
4. descobre aspetos decisivos, não só dessa estruturação metafórico-metamórfica, mas também contextuais e intertextuais, que subtraem o poema a um destino de simples objeto de análise, e sobretudo ao de suporte de projeções ideológicas.

Dando continuidade às investigações de Jorge de Sena, para quem o conhecimento d’ Os Lusíadas devia ter como base o conhecimento da sua estruturação, Luiza Nóbrega chega a conclusões que correspondem à afirmação feita por este poeta no discurso da Guarda, a de que Os Lusíadas é um poema subversivo. Entendia Jorge de Sena que toda a poesia assim é, no sentido em que ela não se limita a narrar, descrever ou representar factos, mas que nela emergem verdades perturbadoras das figuras e ideologias que suportam e organizam aqueles.

Luiza Nóbrega dedicou-se, por conseguinte, ao estudo do poema como poema, recorrendo nomeadamente à teorização do literário por Júlia Kristeva, a partir dos conceitos de semiológico e semiótico e das suas implicações na configuração textual.

Iniciando o seu estudo d’Os Lusíadas a partir de 1982 – quando lê o poema pela primeira vez, num seminário de Literatura Portuguesa, durante seu mestrado em Literatura Brasileira – a etapa decisiva do seu trabalho, na qual tudo o que viria a investigar posteriormente já está ou bem delineado ou apresentado em intuições e descobertas posteriormente prosseguidas, é a sua tese de doutoramento, defendida em julho de 2001, na Universidade Federal do Rio de Janeiro, com o título A Traça no Pano: Contradicção de Baco n’ Os Lusíadas. Como epígrafe da dissertação, um excerto da Carta de Ceuta, de Camões, onde se acha a expressão traça no pano, põe em destaque a consciência que o poeta tinha da não linearidade do ofício poético, que é, quer a possibilidade e importância da dissimulação e do uso de máscaras, quer a impossibilidade de redução ao voluntarismo.

Não é apenas de contradições que se trata, é de um movimento do poema que se não identifica com a sua discursividade, mas decorre da sobreposição e organização de estratos semânticos heterogéneos, da configuração rítmica, das tensões pelas quais o tecido do poema se faz e se desfaz, isto é, se apresenta ele próprio como processo de metamorfoses, de que o mar é agente simbólico e conceptual. Desde aquele primeiro texto, a perseverança da autora na análise da estruturação do poema, a diversos níveis e segundo diversas perspectivas, permitiu-lhe definir dois eixos principais – o da figura oceânica e o do mito dionisíaco, presentes no título do livro agora publicado – através dos quais se pode compreender a confluência de uma vasta tradição literária n’Os Lusíadas.

Para além da atenção à configuração semântica e rítmica do poema, a descoberta de uma sintaxe reversiva, na qual se constitui um navegante navegado, mostra a complexidade da enunciação do poema, para a qual concorrem ainda outros aspectos. De entre estes, tem particular importância a circunstância histórica (contexto e intertexto), que a autora mostra ser preciso ter em conta na constituição d’Os Lusíadas, nomeadamente através da identificação que faz de uma dissidência ideológica partilhada entre Camões e alguns dos seus contemporâneos (Garcia da Horta e Diogo do Couto, por exemplo). Ao dar a conhecer esta dissidência e ao apontar a partir dela um desafio de Luís de Camões à tirania da época em que viveu, Luiza Nóbrega afasta por completo a possibilidade de ele ter escrito uma simples crónica rimada e encomiástica dos descobrimentos portugueses.

É particularmente importante sublinhar como desde sua tese, defendida em 2001, Luiza Nóbrega fez da indagação da função de Baco no poema um elemento central para a compreensão do mesmo – ao abalar a função ideológica tradicionalmente atribuída àquela figura mítica, abala a própria redução do poema a um nível ideológico.

Em No Reino da Água, o Rei do Vinho: submersão dionisíaca e transfiguração trágico-lírica d’Os Lusíadas, a função de Baco-Dionisos como agente do emergir da contradicção do poema aparece, não só apoiada num amplo conhecimento do mito, como suportada pela leitura subtil e rigorosa de algumas passagens (trechos que a autora demonstra serem semanticamente críticos) d’Os Lusíadas; após o que nada será como dantes em relação a um poema que não pode mais ser encerrado na estrita categoria do épico, mas, como Luiza Nóbrega demonstra, é também trágico-lírico.

Silvina Rodrigues Lopes
Lisboa, 14 de março de 2010.

Observação:
"O texto publicado era uma versão anterior do comentário, que foi depois ampliado pela comentarista, Silvina Rodrigues Lopes, professora catedrática na Universidade Nova de Lisboa. O texto válido, que agora segue [...], foi publicado como prefácio de No Reino da Água o Rei do Vinho." - Luiza Nóbrega, na sua página do Facebook, de onde se transcreveu este texto.





2023/12/30

Soares Teixeira diz integralmente os 10 cantos de Os Lusíadas



 

OS DEZ CANTOS DE "OS LUSÍADAS"

lidos

por Soares Teixeira


Gravações disponíveis no canal do Youtube do recitador:

Soares Teixeira - POEMOTERAPIA






SOBRE A MINHA LEITURA DE 'OS LUSÍADAS'

"Desde o primeiro instante que senti a colossal responsabilidade e risco que seria fazer o que me propunha, num texto ímpar, de transcendente beleza, complexidade e importância. Estive sempre só e muitas vezes a leitura era uma total vivência das palavras, com grande carga emocional, posso mesmo dizer que estive dentro da Epopeia e para isso contribuiu em muito o facto de eu ter sido Oficial da Marinha Mercante. Sei o que é o mar, fui à Índia contornando a África – recordo a tremenda tempestade no Cabo da Boa Esperança – atravessei o Índico e andei por lugares e entre gentes que a cada segundo me espantavam. Descobri, descobri-me, e nas palavras do Grande génio universal – do trabalhador! – Luís de Camões, recolho força para continuar viagens e descobertas pessoais. 

Sinto que fiquei aquém, na minha tentativa de ir ao encontro de Camões – nunca o quis trazer para mim, eu é que tive – e tenho – a obrigação de ir ter com ele, que é passado, presente e futuro. Os Lusíadas tornaram-se no livro da minha vida, um ‘lugar’ onde se entra e de onde não se consegue sair, porque o espanto e a maravilha, são intermináveis. 

Neste 10 de Junho de 2023, digo: Obrigado Luís de Camões."

Soares Teixeira

Fonte: APLPHA – Artes e Ciências, blogue de Soares Teixeira, 10.06.2023.




1. Soares Teixeira, Engenheiro Maquinista da Marinha Mercante e Recitador de Poesia. Foto do perfil pessoal no Facebook, 23.08.2023.
2. Início do vídeo com a gravação da leitura do Canto I de Os Lusíadas por Soares Teixeira.
3. Início do vídeo com a gravação da leitura do Canto I de Os Lusíadas.
4. Soares Teixeira - POEMOTERAPIA, canal do Youtube do recitador.






Camões deve ser celebrado e ensinado!, a opinião de Gonçalo Borbinha

 

 As armas e os barões, agora sim, assinalados

opinião

Gonçalo Borbinha

in Diário do Distrito, 29.12.2023



Ia “eu no meu caíco”, aborrecido, já de dedo em riste, preparado para salvar o Camões das marés revoltas do esquecimento, quando recebo a notícia de que afinal a data comemorativa vai ser, espera-se, assinalada – sem vergonhas. Convido-o a refletir sobre os Descobrimentos.

O Governo criou um comissariado para as comemorações dos 500 anos do nascimento de Luís Vaz de Camões. Só agora. Também nunca acreditei que o azedume (terminologia em tendência no discurso político recente) para com a História de Portugal falasse mais alto do que uma legião de defensores do nosso património literário e cultural. Ainda assim, indigna-me sentir que se demorou muito tempo a arregaçar as mangas, uma tendência que se inverteu, devo desconfiar, pelo bruaá gerado.

Especulações à parte, resta-me parabenizar a enaltação de Camões, que não é dado adquirido, e é esse o ponto que me interessa.

O poeta renascentista é um marco da literatura portuguesa e foi, por meio da composição d'Os Lusíadas, um veículo do símbolo mais manifesto e declarado do melhor que é ser português. Luís Vaz de Camões é, indubitavelmente, uma figura que representa uma identidade, com potencial intemporal, do que é ser português a sério. Camões deve ser celebrado e ensinado! Assim mesmo, com vigor e veemência!

Não me quero alongar em navegações dispensáveis, “não vá encalhar-me” fatalmente nos argumentos falaciosos e irritantes dos wokistas, que consideram que tudo aquilo que é referente aos Descobrimentos se prefigura como old fashioned e imoral. Isto porque tanto Os Lusíadas, como Os Maias, esta última obra de Eça de Queiroz, são, dizem alguns deles, “racistas”.

Haverá certamente um oceano ideológico que me separa da professora e investigadora Vanusa Vera-Cruz, quando sublinha que, n'Os Maias, a “linguagem do narrador reproduz superioridade da raça branca”. Da mesma forma, considero abstrusa a narrativa de que a obra Lusíadas representa “a exaltação de uma época que a nós, portugueses, nos devia envergonhar”, como escreveu Joana Fonte, militante do Bloco de Esquerda e cronista do jornal Público.

Algumas pessoas executam julgamentos pejorativos do passado com base nos princípios morais do presente. É evidente que nós, portugueses, sabemos que a vida não tinha muito valor há largas centenas de anos atrás, que todos países do mundo (os poucos que já tinham sido descobertos) tinham a pretensão de conquistar terras, que a aculturação era o pão nosso de cada dia e que muitos erros foram cometidos. Assim sendo, é suposto os portugueses andarem de cabisbaixo, envergonhados, vergados, deprimidos e investidos em empurrar o passado para baixo da cama? Não será mais vantajoso pegar nos pontos positivos da nossa diáspora heroica e retirar simbolismos que elevem a nossa autoestima como povo?

Ninguém diz que tudo foi correto, mas se não podemos alterar o passado, nem devemos escondê-lo, então o caminho faz-se enaltecendo a coragem, a determinação, a perseverança e a fé que nos caracterizou.

O mito, a lenda, a crença, a ambição e o sonho são alguns dos melhores pilares que Luís Vaz de Camões passou para a sua escrita. E você? Tem vergonha disso?"

Gonçalo Borbinha
As opiniões expressas no artigo são pessoais e vinculam apenas e somente o seu autor.

in Diário do Distrito, 29.12.2023






©
Transcrevemos  o texto do artigo na íntegra, 
por ser breve, muito pessoal e
para uma maior divulgação do mesmo.

Qualquer questão de direitos autorais,
agradecemos ser contactados para mantermos o link para a fonte
e apagarmos o texto deste Diretório. Obrigado.











2023/12/29

Programa das celebrações do Meio Milénio de Camões

 

"O programa que assinala os 500 anos do nascimento de Luís de Camões terá início a 10 de junho de 2024, Dia de Camões, de Portugal e das Comunidades Portuguesas, prolongando-se até 10 de junho de 2025. Um ano para celebrarmos este nome maior da literatura e da Cultura de Portugal."

Fonte: CULTURA no Facebook, do Ministério da Cultura da República Portuguesa, 29.12.2023



2023/12/28

Os Lusíadas Ilustrados, exposição na Casa da Esquina em Coimbra




Os Lusíadas Ilustrados


19 DEZ. 2023 a 25 JAN. 2024

Na Casa da Esquina, em Coimbra

Horário: das 10h30 às 12h30 e 14h00 às 18h30; quartas até às 18h00




"No âmbito da 3ª Bienal de Ilustração de Guimarães – BIG (2021), foi produzida, em colaboração com a autarquia de Guimarães, a Reitoria da Universidade do Minho e a Editora Kalandra Portugal, o projeto OS LUSÍADAS ILUSTRADOS, uma edição impressa com introdução, atualização do texto e aparato de Rita Marnoto, que teve como referência o exemplar da princeps de Os Lusíadas (Lisboa, António Gonçalves, 1572) pertencente à Sociedade Martins Sarmento, de Guimarães.

Neste contexto foram produzidas 10 ilustrações originais de Carolina Celas, Joana Rêgo, Joana Estrela, Madalena Matoso, Amanda Baeza, Inês Machado, Mariana Rio, Catarina Gomes, Marta Madureira e Marta Monteiro, dando a ver os dez cantos do Poema numa cuidada incursão no antigo da obra, numa visão de sensibilidade apurada e reveladora de como se dá hoje nova forma ao tempo.

Um olhar feminino perante a epopeia dos feitos de um povo, feitos de presença das forças masculinas, mas povoado das ninfas que traziam a beleza e os encantos."

Fonte: página do Facebook da Casa da Esquina.









Concerto dos 500 anos de Camões no Cartaxo pelo Ensemble Vox Angelis






CAMÕES: 500 ANOS

História, Música e Poesia

CONCERTO


27 JAN. 2024 | 21h30

Centro Cultural Município do Cartaxo
Rua 5 de Outubro, 2070-059 Cartaxo



Música:
Cantor: Pedro Miguel Nunes
Violoncello: Nelson Ferreira
Piano: Pedro Vieira de Almeida
in Canal do Yoube do grupo
AGENDA, em Portugal, para 2024


Poesia: 
Sonetos de Luís de Camões


História: 
Documentário sobre a vida do Poeta, 
incluindo quadros de grandes pintores portugueses sobre o mesmo.






Reservas:

As reservas são válidas até 48h horas antes do início do espetáculo 
e podem ser efetuadas por telefone ou por e-mail.
Tel. 243 701 600 | ccultural@cm-cartaxo.pt



O concerto CAMÕES: 500 ANOS é "uma viagem biográfica histórico-musical de uma das personagens mais importantes e símbolo da Portugalidade". 

Foi concebido como um espetáculo de História, Música, Poesia e Pintura", onde os Vox Angelis irão "interpretar musicalmente, na versão de Cantor, Violoncelo e Piano", alguns dos mais famosos sonetos de Luís de Ca,ões, tais como "Alma minha gentil que te partiste" e "Amor é fogo que arde sem se ver".

O concerto musical intercalará "um documentário inédito sobre a vida do poeta com projecção de quadros de grandes pintores portugueses, tais como Columbano Bordalo Pinheiro e José Malhoa."

Portanto, tal como é anunciado, "um espetáculo inédito, original, transdisciplinar e de uma beleza musical e poética incomparável! A não perder!"



para saber +



Ensemble Vox Angelis, página oficial no Facebook

Vox Angelis Concertos, site oficial




2023/12/10

1564-2024, 460 anos de Luís de Camões na Ásia

 

Imagem-cartaz extraído do site da RCnA&A onde se divulga o Congresso do Meio Milénio


Spencer Low, de origem canadiana, ao estudar e trabalhar em variadas latitudes do planeta, especialmente na Ásia, apercebeu-se do histórico contacto da língua e da cultura portuguesas com outras culturas, tendo ocorrido influências mútuas. O seu blog The Portuguese in Asia: five hundread years of influence "procura explorar a presença portuguesa na Ásia que começou há mais de 500 anos". Ver também no Facebook a página homónima do mesmo autor.

Num seu recente post intitulado "Luís de Camões in Asia", para além de traçar o percurso do Poeta como soldado e escritor na Ásia, Spencer Low explicita o programa das celebrações do meio milénio do nascimento de Camões, as quais terão início em 2024. Em Macau, nos dias 24 (em Macau) e 25 (virtual) desse ano, será realizado o Congresso do Meio Milénio do nascimento de Camões, organizado pela Rede Camões na Ásia & África (RCnA&A).

Então, tendo como fonte a referida RCnA&A, Spencer Low destaca que 2024 também será um ano "comemorado como o 460º aniversário da estadia de Camões em Macau". É esse tema que nos interessa e que visamos destacar, pois nunca foi referido alhures. Que novidades ou sistematizações nos trará a efeméride? É bom lembrar que o principal ensaísta e historiador da estadia de Camões em Macau e na Ásia é Eduardo Ribeiro, autor de Camões em Macau: uma verdade historiográfica, 2.ª ed., “revista e atualizada”, Lisboa: Mythus de Er, 2020 (1.ª ed., Lisboa: Labirinto de Letras, 2012); Camões no Oriente e outros textos, 2.ª ed., Lisboa, 2018 (1.ª ed., Lisboa: Labirinto de Letras, 2012) e Camões in Asia (1553-1570), Lisboa: Centro Científico e Cultural de Macau, 2016.


Cabeçalho identificador do blogue de Spencer Low





Spencer Low apresenta ainda, no post dedicado a Camões, 
um vídeo em cantonês, com legendas em inglês, onde se mostra 
o Jardim de Luís de Camões em Macau (clicar no título).
O vídeo é extraído do canal do Youtube da  MYMacao TV.



2023/12/09

100 poetas brasileiros homenageiam Luís de Camões em coletânea a lançar em 2024





100 poetas brasileiros contemporâneos, homenageiam

500 anos do nascimento do príncipe dos poetas – Camões

ANTOLOGIA



Autora Convidada: Ju Ju Dias


Poeta inspirador de Poetas

Não se trata de um projeto académico, embora no aparato crítico contemple um prefácio e um posfácio. Portanto, não se espere o rigor exigido nesse tipo trabalhos: prevê-se que a "antologia" junte 100 poetas, mas os géneros contemplados serão a lírica, a ficção e a crónica jornalística; não há distinção entre coletânea / antologia, e de facto visa-se uma obra coletiva de textos de homenagem, não escolhidos de obras maiores. Assuma-se, pois, que se trata de uma coleção de textos em verso e em prosa escritos por 100 autores brasileiros, maiores de 18 anos e residentes no país. Cada autor poderá enviar até três textos que corresponderão, no máximo, a três páginas da coletânea (veja o Edital com o respetivo regulamento).

O louvável do projeto literário organizado por Zecca Paim encontra-se na capacidade de este ter encontrado um meio de homenagear Camões "à altura" através de uma publicação que consegue reunir participantes das mais diversas proveniências e formações do território brasileiro, que apresentam um aspeto em comum - gostarem de Poesia expressa em português. A língua de Luís de Camões, o "príncipe dos poetas", homenageado no meio milénio do seu nascimento. E haverá forma mais adequada e iluminadora de homenagear um grande poeta? Felicitamos a iniciativa!

Como refere o Organizador no edital, "o objetivo desta Antologia Poética é comemorar e celebrar o contributo do poeta autor de Os Lusíadas para a história da literatura" lusófona e da língua portuguesa, constituindo a efeméride "uma oportunidade única para pensar o legado de um poeta omnipresente, tanto na literatura como na identidade portuguesas"; sobretudo - visto tratar-se de autores brasileiros - para avaliar a "influência de Camões" como modelo inspirador para a literatura brasileira.

Luís de Camões, poeta inspirador de poetas, "símbolo da vocação universalista da língua" e das culturas lusófonas.

Para saber + e eventualmente participar na coletânea, consulte:

Edital com o regulamento [PDF]

Ficha de Inscrição [formulário online]

na Antologias Brasil







2023/11/26

Homenagem a Vítor Aguiar e Silva, no XXV Colóquio de Outono 2023



XXV Colóquio de Outono 2023

XXV Autumn Colloquium 2023


Homenagem a Vítor Aguiar e Silva

In honour of Vítor Aguiar e Silva


Universidade do Minho, Campus de Gualtar, Braga

23 e 25  NOV. 2023


Organização

Grupo de investigação Poéticas em Língua Portuguesa, CEHUM

Comissão Organizadora:

Ana Maria Silva Ribeiro
Carlos Mendes de Sousa
Isabel Cristina Mateus
Micaela Ramon
Sérgio Paulo Guimarães de Sousa

Co-organização:

Escola de Letras, Artes e Ciências Humanas
Centro de Estudos Humanísticos



Apresentação:

"Decorrido mais de um ano sobre o desaparecimento do Prof. Vítor Aguiar e Silva, o Centro de Estudos Humanísticos (UM) presta homenagem ao seu fundador e criador dos Colóquios de Outono que este ano celebram a sua XXVª edição.

A homenagem estende-se à Escola de Letras, Artes e Ciências Humanas da qual o Prof. Vítor Aguiar e Silva foi presidente e, durante décadas, um dos mais prestigiados docentes, nacional e internacionalmente reconhecido. Neste sentido, e num gesto simbólico, a ELACH entendeu associar a XXVª edição do Colóquio de Outono ao programa das Escolas no âmbito das Comemorações dos 50 anos da Universidade do Minho, instituição que o Professor ajudou a fundar e de que foi vice-reitor de 1990 a 2002.

De forma a dar corpo a uma homenagem que, além do tributo afetivo e mensagem de gratidão de todos os que tiveram o privilégio de com ele aprender, conviver ou trabalhar, constitua um momento simbólico de reconhecimento do saber humanista, do legado académico e da ética que o homenageado representa, a Escola de Letras, Artes e Ciências Humanas, o Centro de Estudos Humanísticos e o grupo de investigação Poéticas em Língua Portuguesa conjugaram esforços na organização do programa deste Colóquio de Outono.

O XXV Colóquio de Outono: Homenagem a Vítor Aguiar e Silva conta com a participação de reconhecidos especialistas, nacionais e internacionais, nas diversas áreas de investigação em que o Professor se notabilizou. 

Entre os dias 23 e 25 de Novembro de 2023, o diálogo com a obra de Vítor Aguiar e Silva e os caminhos de futuro nas áreas da Teoria da Literatura, dos Estudos Camonianos ou do(s) Modernismo(s), sem esquecer o ensino da literatura ou das políticas da língua portuguesa, estarão no centro da reflexão académica. 
O XXV Colóquio de Outono integra ainda a apresentação do livro Sena Hoje, volume resultante do Colóquio de Outono dedicado a Jorge de Sena, em 2019, que acolhe o texto da última conferência proferida pelo Prof Aguiar e Silva sobre o poeta a quem dedicou estudos de referência, além dos testemunhos dos dois vencedores do Prémio Vida Literária Vítor Aguiar e Silva (iniciativa conjunta da Associação Portuguesa de Escritores e da Câmara Municipal de Braga).

Na manhã do dia 25 de novembro, e ainda no âmbito do XXV Colóquio de Outono, terá lugar a cerimónia de entrega do Prémio Camões instituído pelos Governos de Portugal e do Brasil, atribuído, em 2020, ao Prof. Vítor Aguiar e Silva, que contará com a presença do Ministro da Cultura. Um momento alto desta homenagem com o qual nos congratulamos e para o qual contamos com a presença de toda a Academia."





PROGRAMA


23 de novembro

Anfiteatro A1 – Edifício 1

9h00 : Sessão de Abertura
  • João Rosas, Presidente da ELACH.
  • Vítor Moura, Diretor do CEHUM.
  • Ricardo Rio, Presidente da Câmara de Braga. 
  • José Teixeira, Presidente da DST.
  • Isabel Cristina Pinto Mateus, Representante da Comissão Organizadora.
  • Rui Vieira de Castro, Reitor da Universidade do Minho.
10h00 - 10h45 : Sessão plenária
Moderador: Vítor Moura
  • On the continuing resistance to critical theory, Bernard MacGuirk | U. Nottingham.
10h45 - 11h30 : Pausa para café.

11h30 - 12h30 : Painel 1 - Teoria 1
Moderador: Sérgio Sousa
  • Categorias estilístico-periodológicas como conceitos abertos: elaborações teóricas, aplicações, revisões, José Carlos Seabra Pereira | U. Coimbra
  • El retorno a la Literatura, Dario Villanueva | U. Santiago de Compostela)
12h30 - 14h30 : Almoço

14h30 - 16h00 : Painel 2 - Teoria 2
Moderadora: Rita Patrício
  • Vítor Manuel de Aguiar e Silva y la obra literaria, Tomás Albaladejo | U. Autónoma de Madrid.
  • Os Estudos Feministas revisitados... Re-visões e re-significações da História. Adriana Varejão e Paula Rego em 'diálogo corporificado e explosivo', | Ana Gabriela Macedo | U. Minho.
  • Melancolia a Ocidente: a geopoética literária de Vítor Aguiar e Silva, Eunice Ribeiro | U. Minho:
16h00 16.30h : Pausa para café

16h30 - 17h30 : Painel 3 - Modernismo 1 
Moderadora: Isabel Cristina Pinto Mateus
  • Modernidade e géneros literários: o romance e o ensaio, Rosa Goulart | U. Açores.
  • Príncipes e impostores: Régio e a constituição da categoria periodológica de modernismo, Rita Patrício | U. Lisboa.
17h30 18.00h : Apresentação do volume Sena Hoje: no centenário do nascimento de Jorge de Sena, por Ana Ribeiro e Rita Patrício.

20h30 : Jantar

24 de novembro

Anfiteatro A1 – Edifício 1

9h30 - 11h00 : Painel 4 - Modernismo 2
Moderadora: Ana Ribeiro
  • Camões, duas visões, dois labirintos: Vítor Manuel Aguiar e Silva e Fiama Hasse Pais Brandão—heterodoxias, António Carlos Cortez | U. Minho.
  • “De Senectute” ou o elogio da velhice na poesia de Fernando Echevarría, Maria João Reynaud | U. Porto.
  • Mecanismos do humor surrealizante na micro-ficção de Mário-Henrique Leiria, Cândido de Oliveira Martins | U. Católica Portuguesa.
11h00 11h30 : Pausa para café

11h30 - 13h00 : Painel 5 - Políticas de Língua e Ensino da Literatura
Moderador: Álvaro Iriarte
  • Em torno da política de língua: falácias e desilusões, Carlos Reis | U. Coimbra.
  • O Ensino da Literatura e as teses de Aguiar e Silva, José Augusto Cardoso Bernardes | U. Coimbra.
  • Propostas de inclusão e vertebração para um intersistema de língua portuguesa. Língua, literatura e cultura com conversas com o Prof. Aguiar e Silva em pano de fundo, Elias Torres Feijó | U. Santiago de Compostela.
13h00 - 14h30 : Almoço

14h30 - 16h30: Painel 6 - Estudos Camonianos e do Maneirismo e Barroco
Moderadora: Micaela Ramon
  • Sobre a centralidade da figura de D. Sebastião em “Os Lusíadas”, Zulmira Coelho Santos | U. Porto. 
  • Fronteiras literárias: as epístolas poéticas de Camões, Maria do Céu Fraga | U. Açores.
  • Labirintos e fascínios: a literatura barroca na obra de Vítor Aguiar e Silva, Isabel Almeida | U. Lisboa.
  • “De Camões” ou “camoniano”? Cânone e bibliografia material, Vanda Anastácio | U. Lisboa.
16h30 - 17h00 : Pausa para café

17h00 - 17h45h : Prémios Vida Literária Vítor Aguiar e Silva (APE/CMB) – Lídia Jorge & João Barrento
  • Leitura de testemunhos

25 de novembro

Salão Nobre da Reitoria

10h30 - 11h30 : Sessão plenária
Moderador: Carlos Mendes de Sousa
  • A épica. Escritas, reescritas e transformações, Helena Carvalhão Buescu | U. Lisboa.
11h30 12h00 : Pausa para café

12h00 Entrega do Prémio Camões





1. Cartaz de divulgação do encontro, pormenor do topo. 
2. Vítor Aguiar e Silva (1939-2022), imagem divulgada na Internet. 
3. Camões: labirintos e fascínios / Vítor Aguiar e Silva. Lisboa: Cotovia, 1994. / 2.ª ed., 1999.
4. A lira dourada e a tuba canora: novos ensaios camonianosVítor Aguiar e SilvaLisboa: Cotovia, 2008. 
5. Cartaz de divulgação do encontro, pormenor.