2023/02/18

Poema A JAU, por António Manuel Couto Viana






A JAU



Sou a tua presença, aos pés, calada, quieta,
Ó jau, com quem me identifico tanto,
Nesta gruta onde estou e escuto o canto
Das cigarras que é, hoje, a voz do teu poeta.
António sou (tenho o teu nome)
E escravo, também, da poesia.
Para ela é que estendo, em cada dia,
A mão à minha fome.


(10.6.86)


In: VIANA, Antonio Manuel Couto (1986?), “6 poemas”, in RC: revista de cultura, 2.ª ed., n.º 1, ed. em português, ed. do Instituto Cultural de Macau, 1986, p. 68-.