2023/03/31

As célebres gravuras da edição d'Os Lusíadas do Morgado de Mateus foram reproduzidas no 4.º Centenário da epopeia


LUÍS DE CAMÕES
1572
1972
REPRODUÇÃO DAS GRAVURAS DA EDIÇÃO DE «OS LUSÍADAS»



4.º Centenário da 1ª edição de Os lusíadas

Lisboa: Secretaria do Estado da Informação e Turismo, 1972

Edição com caixa cartonada, contendo 1 folha de texto e 12 litografias, 
que são reproduções ampliadas das gravuras que ilustram 
os célebres Os Lusíadas (1817) editados pelo Morgado de Mateus. 
Contém dois retratos de Camões e dez litografias alusivas a cada canto da epopeia.




O Morgado de Mateus publicou a sua monumental edição em 1817:

Os Lusíadas: poema épico de Luis de Camões. – Nova edição correcta e dada à luz por D. Iosé Maria de Souza-Botelho, Morgado de Mattheus, Socio da Academia Real das Sciencias de Lisboa. Paris: na Officina Typographica de Firmin Didot, impressor do Rei, e do Instituto. – [10], CXXX, [2 br.], 413, [1 br., 10, [2 br.] p. : il., 11 estampas; 2º (35 cm).

Toda a história da edição do livro é contada em pormenor por Anne Gallut-Frizeau em O morgado de Mateus, editor de Os Lusíadas (2015). O Morgado contou com a colaboração de grandes artistas franceses da época: os pintores Fragonard, Desenne e Gérard; gravadores: Lignon, Forssell, Masard, Dartman, Laurent, Bovinet, Pigeot, Forster, Richomme, Toschi.

Os dois retratos do Poeta intitulam-se "Retrato de Luis de Camões" e "Gruta de Camões, em Macau".
Tal como na edição original de Os Lusíadas do Morgado de Mateus, esta coleção de litografias apresenta o título da cena representada e um excerto de versos relacionados. As cenas / imagens são:

 
"Conselho dos Deuses" (I, est. 33)
"Visita do Rei de Melinde a Gama" (II, est. 101)
"Assassinio de Ignes de Castro" (III, est. 119)
"Sonho d' ElRei D. Manoel, no qual lhe apparecem os rios Indo e Ganges" (IV, est. 73)
"Apparição do gigante Adamastor, na passagem do Cabo de B. Esperança" (V, est. 49)
"Venus aplaca os Ventos e a tormenta" (VI, est. 87)
"Desembarque de Gama em Calecut" (VII, est. 44)
"Segunda Audiencia do Samorim a Gama" (VIII, est. 60)
"Ilha de Venus" (IX, est. 84)
"Audiencia d' ElRei D. Manoel a Gama" (X, est. 144)







1. Retrato de Camões, rosto da pasta das gravuras, 1972.
2. Cena do Consílio dos Deuses, no Canto I de Os Lusíadas.
3. Dom José Maria de Sousa Botelho Mourão e Vasconcelos, Morgado de Mateus, 1758-1825.
4. Anne Gallut-Frizeau escreveu sobre O morgado de Mateus, editor de Os Lusíadas, 2015.
5. Casa de MateusCentro de Cultura no Norte do País.






O Centro de Estudos do Século XIX assinalou o IV centenário da publicação de 'Os Lusíadas' como o Colóquio "Camões no século XIX"






Camões e o Jau, ou A miséria de Camões - óleo, c. 1850
por Theobald Reinhold Freiherr von OER.





Colóquio "Camões no século XIX"

Org. Centro de Estudos do Século XIX

em Lisboa, no Grémio Literário
de 12 a 15 de out. de 1972. 



Programa

Abertura pelo Prof. Vitorino Nemésio

Sessões presididas por:
Prof. Henâni Cidade Dra. Marion EhrhardtProf. Claude-henri Frèches

  • "Os Lusíadas do século XIX - Sondagem na sociedade portuguesa dos meados de oitocentos" - José Tengarrinha.
  • "O Centenário de 1880 e a sua Política" - José-Augusto França.
  • "José Anastácio da Cunha e Camões" - Joel Serrão.
  • "Visão teofiliana de Camões" - Eduardo Lourenço.
  • "A estranha participação de Camilo nas Comemorações Camonianas de 1880" - Alexandre Cabral.
  • "Oposições às Comemorações Camonianas de 1880" - Fernando Castelo-Branco.
  • "August Wilhelm Schlegel e Os Lusíadas", por Marion Ehrhardt.
  • "Camões à l'âge romantique" - Claude-Henri Frèches.
  • "Algunos aspectos de la fortuna de Os Lusíadas en la España del siglo XIX" - José Ares Montes.
  • "A imprensa madrilena perante a Celebração do Tricentenário de Camões" - Pilar Vásquez Cuesta.






O Centro de Estudos do Século XIX, 
(foi nele que Eça de Queiroz localizou várias cenas de Os Maias
e era dirigido por Vitorino Nemésio, Joaquim Veríssimo Serrão, 
José-Augusto França, José Tengarrinha, 
tendo realizado conferências, publicações, cursos e 
colóquios internacionais e enriquecido a biblioteca de especialidade.






Le IVe Centenaire de la Publication des Lusiades de Camoens, 1572/1972, celebrado no Centro Cultural Português da Fundação Gulbenkian, em Paris







Programa das cerimónias de comemoração do IV centenário de Os Lusíadas

Centro Cultural Português 

da Fundação Gulbenkian, em Paris





O Centro Cultural Português da Fundação Gulbenkian, em Paris, organizou o seguinte programa para as cerimónias de comemoração do 4.° centenário de Os Lusíadas - as primeiras que, em Portugal e no estrangeiro, assinalaram o acontecimento.



EXPOSIÇÃO

"Le IVe Centenaire de la Publication des Lusiades de Camoens, 
1572/1972"
  • 29 de fev. - Inauguração da exposição bibliográfica e iconográfica.
  • 1 de março a 23 de abril - Exposição aberta ao público, todos os dias, das 10 às 19 horas.
Catálogo:
FUNDACAO CALOUSTE GULBENKIAN. Centro Cultural Português
Quatrième centenaire de Os Lvsiadas de Camões (1572/1972): exposition bibliographique et iconographique. - FCG - Centre Culturel Portugais. - Paris: FCG, 1972.


CICLO DE CONFERÊNCIAS

  • 1.03 - "Camões, sua vida e sua obra" - Prof. Costa Pimpão, Univ. Coimbra. 
  • 2.03 - "Camoens et son oeuvre lyrique" - Prof. Roger Bismut, Instituto Francês de Atenas.
  • 3.03 - "Camoens et la pensée platonicienne de la Renaissances" - Prof. Pina Martins, da FLUL.

Recital de música portuguesa inspirada na poesia camoniana

4 de março

  • 6.03 - "Camoens et le temps" - Dr. Eduardo Lourenço de Faria, leitor da Fac. Letras de Nice.
  • 7.03 - "La nautique portugaise au temps de Camoens" - Prof. Luís de Albuquerque, da Univ. Coimbra.
  • 8.03 - "Camoens et l'expansion portugaise" - Prof. Jean Baptiste Aquarone, Univ. Montpellier.
  • 9.03 - "Camoens, le poète épique" - Prof. Jorge do de Sena, da Univ. Califórnia (Santa Barbara).




Fonte:


2023/03/30

1972 foi um Ano Camões - o do IV Centenário da Publicação de Os Lusíadas





EFEMÉRIDE

IV centenário da publicação de OS LUSÍADAS





"Procuraram as Comissões do 4.º Centenário da Publicação de Os Lusíadas chamar o povo à participação nas iniciativas realizadas para difundir o mais directo, mais exacto e mais largo conhecimento e repercussão da obra camoniana, recorrendo [:] 
[-] aos espectáculos populares do seu teatro, que foi representado com pleno êxito, em todo o País, pela companhia do Teatro Nacional; 
[-] à edição popular do Poema, dele resumindo em prosa fácil a erudição histórica e mitológica e quanto seja destituído de valor poético; 
[-] às exposições bibliográficas das Biblioteca Nacional de Lisboa, Municipal do Porto, da Universidade de Coimbra, e do Paço Ducal de Vila Viçosa. 
[-] As conferências a realizar nas Faculdades de Letras de Coimbra, Lisboa e Porto, 
[-] os prémios criados, e extensivos ao Brasil, para professores liceais e alunos universitários e secundários, estes do último ano, também se crê possam contribuir para melhor conhecimento da obra do Poeta e mais estreito convívio espiritual com o Homem, sabido como grande parte dos alunos e a maior parte dos mais atentos não pertencem às classes privilegiadas."
Hernâni Cidade 
"Permanência de Camões" 
in Colóquio/Letras, Lisboa, n.º 8 (jul. 1972), "Notas e comentários", p. 68

 





DOCUMENTAÇÃO OFICIAL

  • BARRIGA, José António G. de Souza - Resenha das comemorações em Portugal do IV centenário da publicação de " Os Lusíadas". - Resenha apresentada pelo Dr. - , na sessão realizada no Real Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro, em 12 de novembro de 1973. - Lisboa: Comissão Executiva do IV Centenário [...], [1973].
  • Programa geral das comemorações... / Comissão Executiva do IV Centenário da Publicação de "Os Lusíadas". Lisboa: Comissão Executiva das Comemorações, 1972. - [8 p. (23cm)].
  • Concurso de ensaios ou monografias sobre "Os Lusíadas": regulamento. - Lisboa: Comissão Executiva do IV Centenário da Publicação de "Os Lusíadas", 1972. - [2 p. (19cm)].
  • Concurso de esquemas de lições sobre Os Lusíadas: regulamento. - Lisboa: Comissão Executiva do IV Centenário da Publicação de Os Lusíadas, 1972. - [3 f. (19cm)].

EDIÇÕES, REEDIÇÕES, ED. FACSIMILADAS, TRADUÇÕES

Edições comemorativas do IV centenário da publicação de "Os Lusíadas": 1971-1973. / Comissão Executiva do IV Centenário [...]. - Lisboa, 1974.

 

  • Os Lusíadas / Luis de Camões. Pref. e anot. Álvaro Júlio da Costa Pimpão. 1.ª ed., Lisboa: Instituto de Alta Cultura, 1972.
  • Os Lusíadas abreviados / de Luís de Camões. - Sem perdas o texto poético, nem cortes; a história dos factos por Hernâni Cidade. Lisboa: INCM, 1972.
  • SOUSA, Manuel de Faria e - Lusíadas de Luís de Camões: comentadas por [...]. - Reprod. fac-similada pela edição de 1639, 4 tomos em 2 vols. - Lisboa: INCM, 1972.
  • SOUSA, Manuel de Faria e - Rimas Várias de Luís de Camões: comentadas por [...]. - Nota introdutória do Prof. Rebelo Gonçalves, pref. do Prof. Jorge de Sena. - Reprod. fac-similada pela edição de 1685-1689), 5 tomos em 2 vols. - Lisboa: INCM, 1972.
  • Cancioneiro de D. Cecília de Portugal.- Introd. e notas de António Cirurgião. Lisboa: Ocidente, 1972.
  • Cancioneiro de Luis Franco Correia 1557- 1589. - Fac-símile do códice n.° 4413 da Biblioteca Nacional de Lisboa. Lisboa: Comissão Executiva do IV Centenário da Publicação d’Os Lusíadas, 1972.
  • CANTO, José do - Collecção Camoneana de José do Canto: tentativa de um catalogo methodico e remissivo. Lisboa: Imprensa Nacional, 1895. - Reed. fac-similada, pref. Hernâni Cidade, Lisboa: INCM, 1972.

 ESTUDOS

  • Estudos Camonianos: contribuição da Câmara Municipal de Lisboa para as comemorações do IV centenário da publicação de "Os Lusíadas". Lisboa: Câmara Municipal de Lisboa, 1972. - [153, [4] p. : il. ; 22 cm. col. "Biblioteca de estudos olisiponenses"].
  • COUTINHO, Bernardo Xavier da Costa Coutinho - Os mais antigos retratos e a cegueira de Camões. Porto: s.n., 1972.
  • MARKL, Dagoberto - Fernão Gomes, um pintor do tempo de Camões: a pintura maneirista em Portugal. Lisboa: Comissão Executiva do IV Centenário da Publicação de Os Lusíadas, 1973.
  • PIMPÃO, Álvaro J. da Costa - Estudos Críticos. Coimbra: Acta Universitatis Conimbrigensi», 1972.
  • PONTES, Joel - Os Lusíadas no Recife. Recife: Gabinete Português de Leitura - Centro Jordão Emerenciano de Estudos Portugueses, 1972. - A 3ª parte da obra contém uma bibliografia camoniana das bibliotecas (semi)públicas do Recife.
  • VASCONCELOS, Carolina Michaëlis de - Dispersos: originais portugueses. Vol. III - Estudos Camonianos. Lisboa: Edição da revista Ocidente, 1972.
  • [...]

Em publicações periódicas:
Artigos comemorativas em publicações periódicas (1971-1974). / Comissão Executiva do IV Centenário [...]. - Lisboa, 1974.

  • Arquivos do Centro Cultural Português, vol. X – Visages de Luís de Camões, Paris: FCG - Centro Cultural Português, 1972.
  • Garcia de Orta, n.º especial (1972), Lisboa: Junta de Investigações do Ultramar, 1972.
  • Ocidente: Revista Portuguesa de Cultura, vol. 83, n.º especial (nov, 1972).
  • Panorama: Revista Portuguesa de Arte e Turismo, IV Série, nº 42/43 – Camões, Lisboa (set. 1972).

ENCONTROS ACADÉMICOS

  •  I Reunião Internacional de Camonistas, de 15 a 18 dez. 1972. - Actas / da I Reunião Internacional de Camonistas. Org. CECPL; pref. Manuel Lopes de Almeida. Lisboa: CECPL, 1973.
  • Colóquio "Camões no século XIX", org. Centro de Estudos do Século XIX, em Lisboa, no Grémio Literário, de 12 a 15 de out. 1972. - Apresentado pelo Prof. Vitorino Nemésio, tendo presidido às o Prof. Henâni Cidade, a Dra. Marion Ehrhardt e o Prof. Claude-henri Frèches.
  • Os Lusíadas de Camöes: quatriéme centenaire: exposition bibliographique et iconographique. - Bruxelas, de 5 de maio a 30 de junho de  1972. Org. Suzanne Cornil e Associação "Les Amis du Portugal", a que presidia o Sr. Emile Langui. - Durante o período da exposição, ocorreram conferências sobre Camões pelos Profs. Veríssimo Serrão e Jorge de Sena. 
  • "Os Lusíadas em Espanha (1572-1672) - traduções, imitações, canonização", conferência por Eugenio Asiensio, integrada no ciclo "Intelectuais espanhóis em Lisboa", na FCG, Auditório II, 30.11.1972.

ARTE

  • 1572-1972: 4.º Centenário da 1.ª Edição de «Os Lusíadas». - Reprod. ampliada das doze gravuras da famosa ed. monumental do Morgado de Mateus, publicada em Paris, com trabalhos de pintores famosos franceses. - In-folio de [1] f. texto + 12 de gravuras, com uma capa de papel a alojar as gravuras. - Lisboa: Secretaria de Estado da Informação e Turismo. - Títulos das na ed. celebrativa: "Retrato de Luís de Camões", "Gruta de Camões em Macau", "Concílio dos Deuses", "Visita do Rei de Melinde a Vasco da Gama", "Assassínio de Inês de Castro", "Sonho de El-Rei D.Manuel no qual lhe aparecem os rios Indo e Ganges", "Aparição do Gigante Adamastor na passagem do Cabo da Boa Esperança", "Vénus aplaca os Ventos e a Tormenta", "Desembarque de Vasco da Gama em Calecute", "Segunda Audiência do Samorim a Vasco da Gama", "Ilha de Vénus" e "Audiência de El-Rei D.Manuel a Vasco da Gama".
  • MARKL, Dagoberto - Fernão Gomes, um pintor do tempo de Camões: a pintura maneirista em Portugal. Lisboa: Comissão Executiva do IV Centenário da Publicação de Os Lusíadas, 1973.

CINEMA, MEIOS AUDIOVISUAIS

  • Os grandes episódios de Os Lusíadas. - Série de 10 programas transmitidos na  Emissora Nacional - Antena 1, assinalando a celebração do IV centenário da publicação da obra. Realização de Adolfo Simões Muller, 31.08.1972, in Arquivos RTP. 

EXPOSIÇÕES


Em Portugal continental:
  • Exposição "A Universidade de Coimbra e os estudos sobre Os Lusíadas". - Coimbra, na Biblioteca Geral da Universidade.
  • Exposição bibliográfica, iconográfica e medalhística de Camões / BNP. - Lisboa, na BNP.
  • Os Lusíadas 1572-1972: apêndice [ao] catálogo / Exposição Bibliográfia, Iconográfica e Medalhística de Camöes. - Introd., selec. e notas bibliográficas José V. de Pina Martins. Lisboa: Comissão Executiva do IV Centenário da Publicação de "Os Lusíadas", 1972.
  • Exposição camoniana, no Teatro Municipal de S. Luís em Lisboa, 1972.
  • Exposição bibliográfica. - Biblioteca Municipal do Porto.
Em Portugal insular:
  • Exposição das espécies bibliográficas camonianas existentes na Biblioteca Pública de Ponta Delgada. - Ponta Delgada, Açores.
No ultramar: África
Na Bélgica:
  • Os Lusíadas de Camöes: quatriéme centenaire: exposition bibliographique et iconographique. - Bruxelas, de 5 de maio a 30 de junho de  1972. Org. Suzanne Cornil e Associação "Les Amis du Portugal", a que presidia o Sr. Emile Langui. - A inauguração oficial, presidida pelo Doutor Azeredo Perdição,  foi precedida de um recital de música renascentista e durante o período da exposição, ocorreram conferências sobre Camões pelos Profs. Veríssimo Serrão e Jorge de Sena. 
Catálogo: Os Lusíadas de Camöes: quatriéme centenaire: exposition bibliographique et iconographique, 5 Mai-30 Juin 1972. - Bibliotheque Royale Albert Ier; organ. António Coimbra Martins; pref. Joaquim Veríssimo Serrão. Bruxelles: Bibliothéque Royale Albert Ier, 1972.

No Brasil:
  • Os Lusíadas: 1572-1972: Catálogo da exposição. Organizada pela Biblioteca Nacional. Nota explicativa: Wilson Lousada. Rio de Janeiro: BN, 1972. - [69, [2] p. : il. (24cm)].
Em Espanha:
  • IV centenario de Os Lusíadas de Camões, 1572/1972: exposición bibliográfica e iconográfica. / BN de Madrid - FCG. - Madrid.
Em França:
  • Quatrième centenaire de la publication d'Os Lvsiadas de Camões 1572/1972: exposition bibliographique et iconographique. - Inauguração em 29 fev., e aberta a o público, todos os dias, das 10 às 19 horas, de 1 de março -a 23 de Abril.
Catálogo: Quatrième centenaire de la publication d'Os Lvsiadas de Camões 1572/1972: exposition bibliographique et iconographique. - FCG - Centre Culturel Portugais. - Paris, 1972.


POSTAIS

  • Vários postais: p&be (11x15cm, etc.) e a cores (15x11cm, etc.). - Lisboa: Comissão Executiva do 4.º Centenário da Publicação de Os Lusíadas, 1972

MÚSICA

  • Recital de música portuguesa inspirada na poesia camoniana. - Paris, Centro Cultural Português da Fundação Gulbenkian, 4.03.1972.

TEATRO 🎭 

  • CAMÕES 72 : projeto teatral do TEC Teatro Experimental de Cascais que, no IV Centenário da Publicação de Os Lusíadas, levou à cenas dois textos do Poeta: Auto de El-Rei Seleuco e Auto dos Anfitriões; ambos encenados por Carlos Avilez e com estreia no Teatro Gil Vicente, a 6.09.1972.



Fontes / Referências






Luís de Camões - Os Lusíadas : edição princeps.
 1 postal : p&b ; 11x15 cm
Executado aquando da grande exposição na BNP
Lisboa: Comissão Executiva do 4º Centenário da Publicação de "Os Lusíadas", 1972.
Fonte da imagem: BNP.






2023/03/29

Edição e tradução italiana de Os Lusíadas por Rita Marnoto & Roberto Gigliucci, nos 450 da publicação do grande livro




Luís de Camões

I Lusiadi

Ed. Rita Marnoto & Roberto Gigliucci

 Coordenação, texto e introdução de Rita Marnoto
tradução e notas de Roberto Gigliucci

Firenze, Milano: Giunti, Bompiani, 2022

Classici della Letteratura Europea, 
Collana diretta da Nuccio Ordine

1323 p.

ISBN: 978-88-301-0661-1







Os Clássicos da Literatura Europeia
Os Lusíadas de Luís de Camões

 

"Com este volume, os leitores europeus têm à disposição, pela primeira vez, uma edição de Os Lusíadas que, finalmente, distingue o texto licenciado por Camões em 1572 dos demais exemplares falsificados da mesma data. Um imbróglio brilhantemente resolvido por Rita Marnoto, uma das mais importantes estudiosas do poema. A versão original de Os Lusíadas permitirá uma releitura da obra literária fundadora da identidade portuguesa. 

A nova tradução de Roberto Gigliucci, o aparato rigoroso com as variantes impressas e o extenso comentário (no qual é reconstruído o denso diálogo que se estabelece entre a vasta cultura literária do autor e o conhecimento de percursos recentes, de populações até então desconhecidas e de novos conhecimentos científicos que perturbariam os horizontes da Europa) constituem um guia seguro para a fascinante viagem arquitetada por Camões. 

Esta epopeia, aliás, configura-se como o primeiro grande poema oceânico. Uma narrativa em oitavas que, através da aventura de Vasco da Gama até à Índia, entre 1497 e 1498, traça a história de Portugal. Ao colocar em paralelo os conflitos entre os deuses e as intervenções do único Deus verdadeiro, o poeta português inspira-se na Eneida de Virgílio e nos modelos clássicos do mito dos Argonautas.

O tema mais marcante de Os Lusíadas é o da refundação de uma nação nascida em 1143 - um país que, fora das fronteiras da Europa, encontrará uma nova identidade fruto da imaginação e da história em lugares remotos e fabulosos."

Texto da badana (trad. livre)

O valor desta monografia fundamenta-se, pois, em vários aspetos: apresenta o estudo comparativo dos exemplares de 1572 e propõe a identificação objetiva do texto da princeps - se tal objetivo foi atingido, será necessário averiguar; apresenta uma Introdução histórico-literária; é uma tradução da epopeia para a língua italiana; proporciona comentários ao texto épico.



Referêcia bibliográfica:

MARNOTO, Rita & Roberto Gigliucci, ed. (2022) Luís de Camões. I Lusiadi. Coordinamento, texto e introduzione di Rita Marnoto, traduzione e note di Roberto Gigliucci. Firenze, Milano: Giunti, Bompiani [Classici della Letteratura Europea, Collana diretta da Nuccio Ordine] [1323 pp.]. ISBN: 978-88-301-0661-1.


Palavras-chave: Luís de Camões; Edição de Os Lusíadas; Princeps de Os Lusíadas; Bibliografia analítica e descritiva; Ecdótica; Comentário a Os Lusíadas.






1. Cartaz da apresentação do livro em Roma, em 1 de dezembro de 2022.
2. Capa da edição impressa da tese de doutoramento de Rita Marnoto, 1997.
3. Capa ca coletânea de ensaios da Professora Rita Marnoto, 2007.
4. Índice da edição Luís de Camões. I Lusiadi, 2022.
5. Rita Marnoto, Comissária das Comemorações do V Centenário do Nascimento de Luís de Camões
6. Roberto Gigliucci, o tradutor desta edição italiana de Os Lusíadas.
7. Capa e contracapa da nova ed. e trad. italiana - I Lusiadi, 2022.











2023/03/27

Os painéis de azulejo de Marcos Muge inspirados em Camões

 












Marcos Muge,
 n.1968
Artista plástico português
Camonista




Pintar Camões em azul-cobalto:
ou os painéis de azulejo de Marcos Muge inspirados em Camões



Marcos Muge é um artista plástico multifacetado e desde cedo o seu percurso artístico tem versado a temática camoniana. Para captar o Poeta, a sua obra ou a sua época optou pela pintura em azulejo, arte que trabalha com mestria, em azulejos individualizados e soltos, preferencialmente em painéis de vários azulejos, por vezes numerosos, atingindo o monumental.


1.


Logo no início do seu percurso artístico, quando frequentava a formação profissional no CENCAL, em Caldas da Rainha, com cerca de 22 anos, criou a obra “As paixões de Camões” (1990). Um projeto cuja policromia vibrante da composição e sobretudo o rosto que sobressai no seu lado esquerda espelham “as paixões de Camões e a instabilidade emocional que alimentava”, o Poeta? o Artista plástico? 
Dos seres alongados e sinuosos que preenchem o painel, atrai-nos extraordinariamente o rosto formado por corpos humanos desnudos e em exercício; um rosto que é seio e que é raios de polvo ou ondas ou simplesmente cabelos verdes ondulantes. Talvez possamos encontrar a relação com Camões numa eventual alusão à Ilha dos Amores e à sensualidade das ninfas e dos marinheiros que as caçam. Seres marinhos ou seres aéreos, voláteis? Ou então essa “instabilidade emocional” do ser apaixonado pode ser encontrada em toda a riqueza da paleta de cores utilizada e na complexidade de formas conjugadas, acentuada pela divisão quadrangular dos azulejos. Alguns quebram a sua arrumação, ou triangulam-se, amam a metamorfose geométrica.




2.




Que dizer do esplendor do seu azul? Expresso pela técnica do negativo num painel de seis azulejos, o azul-cobalto narra-nos em brilhos e contrastes uma cena da viagem épica de Os Lusíadas.
Inebriamo-nos nesse azul marítimo dos “mares nunca de antes navegados” ou no exotismo e luminosidade desses povos que os navegadores lusos foram contactando durante a sua viagem? Às ninfas amorosas sucedem os amistosos e dignos africanos de Melinde ou ainda os exuberantes indianos.

Foram 20 painéis em azulejo inspirados n’Os Lusíadas, durante o mesmo ano de formação do jovem discípulo no CENCAL - Centro de Formação Profissional para a Indústria Cerâmica, nas Caldas da Rainha.

A técnica do negativo, a opção do azul-cobalto, o esplendor do branco encontram a sua perfeita materialização no painel da bailarina do mesmo autor. Volátil como as criaturas serpenteadas das Paixões de Camões.




3.


Dois anos depois (1992-93), o jovem Marcos Murge, ainda em formação no curso de Pintura de Azulejos, mas agora na Cerâmica Aleluia, em Aveiro, perto de casa, volta a escolher Camões para um dos seus primeiros trabalhos clássicos.
Muitos pintores ao longo dos tempos representaram Camões na “gruta” de Macau, com ou sem o seu amigo Jau. Menos o terão pintado em painéis de azulejos.
É um painel magnífico, fotográfico na captação dos elementos: o cenário nobre e com fundo, os pormenores dos adereços e objetos pertencentes ao Poeta: a espada do marinheiro-soldado; as folhas de papel para a escrita da sua obra; o chapéu pousado junto ao abrigo repousante e inspirador – Camões olhará o horizonte e as embarcações ao largo? Interpelará a Musa inspiradora para que lhe conceda “ũa fúria grande e sonorosa”? Vêmo-lo a meditar, por certo.
A técnica pictural sugere as diversas tonalidades de cor, os claros-escuros do azul da figura humana, da terra e das plantas esplêndidas.




4.




Não surpreende que, poucos anos depois, encontremos Marco Muge iniciado profissionalmente em artes plásticas, cerâmica e conservação e restauro, com ateliê próprio aberto (1994). Será ainda na década de 90 que criará os dois grandes painéis dos Descobrimentos Portugueses, com os quais participou na FIA em Lisboa e numa exposição itinerante de Azulejo, com obras de outros artistas portugueses, intitulada “As Idades do Azul”, que já passara por Florença e culminaria em Milão.

Ambos os painéis de azulejos são de grande dimensão (o de 1997 é constituído por c.558 azulejos; o de 1998, c.442 azulejos), representando os Descobrimentos Portugueses.

O primeiro painel, de 1997, atualmente em espaço público em Santa Maria da Feira, configura os reis D. João II e D. Manuel I, apresentando ao centro da composição a Ribeira das Naus e Calecute, na Índia. O mesmo tema das grandes viagens marítimas estará presente no painel de 1998, mas aí os protagonistas serão o escritor Luís de Camões que as imortalizou na sua obra escrita e o capitão da frota que realizou a primeira viagem marítima para a Índia. Os reis programadores das grandes viagens dão lugar aos heróis que as concretizaram e cantaram; Lisboa e Calecut ampliam-se no mapa-múndi ao centro da composição, coroada pela esfera armilar, um dos emblemas de D. Manuel I.

O Mestre utiliza a pintura manual a pincel e continua a utilizar o esplendoroso e fascinante azul-cobalto. A escala é maior, pois os painéis são grandiosos; o centro de formação deu lugar ao espaço de exposição pública e internacional, na capital e em itinerância, juntamente com obras de azulejaria da plêiade de artistas nacionais (Almada Negreiros, Paula Rego, Júlio Pomar, Querubim Lapa, Eduardo Nery, Graça Morais, etc.).

Os seus painéis participariam, em representação do concelho de Ovar, na grande Expo 98 celebrativa dos 500 anos dos Descobrimentos: o artista esteve presente na exposição de azulejo na FIA de Lisboa, em julho de 1998, e, por outro lado, foi um dos artistas portugueses que representou Portugal na exposição AS IDADES DO AZUL, a qual tinha passado por Florença, estava então em Lisboa na FIA e terminaria em Milão.

Com tanto reconhecimento e até internacionalização do Artista, porque é que este último magnífico painel, agora à guarda da C.M. de S. João da Madeira, se encontra nos depósitos do município? Porque aguardam para o colocar em espaço público, como aconteceu em 3 de novembro de 1998?


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O artista Marcos Muge pintou as paixões de Camões, cenas de Os Lusíadas, o momento da escrita da epopeia em Macau, retratou a épocas das grandes viagens e os seus protagonistas e, ainda no contexto das comemorações dos 500 anos dos Descobrimentos, em 1998, pintou “a viagem de Vasco da Gama à Índia” mas optando agora por azulejos individuais.
Esse projeto foi realizado com o patrocínio da Caixa Geral de Depósitos de Ovar e foi diverso. Foram seis séries de placas cerâmicas representando cada uma delas momentos ou aspetos relacionados com a viagem: caravelas, fauna estranha (elefante), indígenas africanos, astrolábios, etc. – e assinaturas em azulejos, de Vasco da Gama e outras figuras dos Descobrimentos. E na sua conceção, o artista revisitou a policromia inicial, pois os fundos abstratos destas peças azulares são pintados de cores quentes (vermelhos, laranjas e amarelos) e opostas (azuis, verdes e violetas), entre “o calor tórrido e tropical” e “as tonalidades do mar e da vegetação”. A aventura da arte e da vida!


6.

“que de tinta azul se tinge” (Os Lusíadas, Canto V, est. 76)

com azul-cobalto, Marcos Muge pinta Camões






Já no largo Oceano navegavam,
As inquietas ondas apartando;
Os ventos brandamente respiravam,
Das naus as velas côncavas inchando;
Da branca escuma os mares se mostravam
Cobertos, onde as proas vão cortando
As marítimas águas consagradas,
Que do gado de Próteu são cortadas,

Luís de Camões, Os Lusíadas, Canto I, est. 19.

















      1. "Os Descobrimentos Portugueses", placa cerâmica da autoria de Marcos Muge, 1998.
      2. Marcos Muge pinta Viagem de Vasco da Gama à Índia, placas cerâmicas, em 1998.
      3. "Os Descobrimentos Portugueses", com Camões e Gama - monumental painel de azulejos, 1998.
      4. Camões em Macau, painel de azulejos, 1992-93, por Marcos Muge, na Cerâmica Aleluia.
      5. Cena de Os Lusíadas, um de 20 painéis em azulejo, 1990, quando era discípulo no CENCAL, Caldas da Rainha.
      6. As paixões de Camões, painel em azulejos policromáticos, 1990, da juvenília de Marcos Muge.


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Todas as imagens são do

Atelier Marcos Muge