2024/10/11

Apresentação do livro das Odes de Camões na Casa Garden, junto ao Jardim Luís de Camões, em Macau

 

AQUILEIDA, a trilogia de Aquiles, e mais onze odes de Luís de Camões

Nova edição integral e ilustrada.

APRESENTAÇÃO


Organização cronológica, introdução e paráfrases 

Tradução para chinês mandarim
por Zhang Weimin

Edição bilingue: português - chinês


Macau: uma edição da RCnA&A, 1.ª edição, set. 2024.

Impresso em Lisboa. | Distribuição da Canto Redondo



Apresentação, com debate

12 OUT. 2024, sábado | às 15h00 | Na Casa Garden, Macau













VÍDEO | 3:49
TDM Canal Macau, no Facebook, 11.10.2024

Rafael Marçal






"As odes no Meio Milénio de Camões"


"As composições poéticas que aqui se oferecem à fruição dos públicos de língua portuguesa e de língua chinesa são as odes que o poeta Luís de Camões (c.1525-c.1580) compôs durante o florescimento do movimento cultural europeu renascentista, assim chamado por assentar na continuidade e na renovação das culturas da Grécia e Roma antigas.

Não havendo recebido até hoje uma edição própria que as destacasse da inteira produção poética do Autor, ela surgiu graças à iniciativa do Professor Zhang Weimin, a quem se deveu a inspirada sugestão de verter para a língua chinesa os poemas inscritos neste género, e destiná-los a publicação independente. Neste labor colocou o sábio tradutor uma experiência de quatro décadas de convívio com Camões, iniciada em finais dos anos setenta do século passado, e aprofundada numa familiaridade crescente que lhe tem permitido oferecer com regularidade ao público chinês os maiores tesouros da literatura clássica portuguesa. E em boa hora surgiu esta proposta, a tempo de com ela celebrarmos os quatrocentos e sessenta anos da estância de Camões em Macau, 1564–2024, assim como o início do triénio de celebrações do Meio Milénio do Nascimento do Poeta, 2024–2026.

Camões é um dos maiores expoentes da plurissecular amizade luso-chinesa, e o mais notável de todos os escritores que viveram em Macau. Foi aqui, durante os anos de 1563-1565, quando desempenhava funções oficiais para a Coroa portuguesa, que ele compôs uma significativa parte das composições adscritas ao ciclo asiático da sua produção poética – que engloba também a Índia, a Indonésia e o Médio Oriente – bem como muitas estrofes de Os Lusíadas. Nesse ensejo teve o Poeta estreito contacto com a língua chinesa, mormente devido à afeição que nutriu por uma jovem beldade local, que ele crismou com um nome grego, Dinamene.

Procurou-se então que esta edição das odes de Camões fosse digna da importância da semimilenar efeméride. Consultaram-se todos os manuscritos e edições pertinentes para oferecer ao público um texto melhorado, optando-se quase sempre pelas propostas de Manuel de Faria e Sousa (1590-1649), com exceções assinaladas na ‘Nota Textual’ no final do volume. Para o pleno entendimento da linguagem poética camoniana elaboraram-se paráfrases, que por vezes são interpretativas. No interesse do leitor foram ocasionalmente retocadas maiusculações, virgulações e pontuações, e desfeitas algumas elisões. Foram adicionadas notas à tradução chinesa pelo Professor Zhang.

Pela primeira vez as odes foram ordenadas cronologicamente, tomando como referência as que têm a datação seguramente estabelecida, e agrupando-se as restantes por afinidades temáticas e estilísticas. O corpus das odes foi restaurado, excluindo-se dele duas canções que por longo tempo se lhe acharam impropriamente agregadas, e adicionando-lhe duas odes que vinham sendo indevidamente omitidas nas edições hodiernas. O conjunto constitui a totalidade das composições de Camões pertencentes a esta tipologia que chegaram até nós, enquanto se aguardam novos achados em manuscritos por compulsar. Por fim, cada uma das composições recebeu uma ilustração alusiva ao tema ou ao destinatário, em recriações executadas por Tiago Côrte-Real em estilo maneirista — a fase tardo-renascentista e pré-barroca das belas-artes e da arquitetura, mas não transponível para a literatura como em tempos se pretendeu.

Ao livro resultante destes ciclópicos trabalhos deu-se o título de Aquileida, destacando-se desta forma a trilogia composta pelas odes inspiradas na vida e feitos do guerreiro Aquiles de Ftia, um núcleo coeso que documenta o interesse do Poeta pelo jovem campeão das armas gregas, e que compreende a conceção, a educação e os amores do príncipe tessálio."

Felipe de Saavedra
In: Introdução - "O mundo das odes de Camões" 
(p. 11-12 de 11-31).







  1. Evento na Casa Garden, no sábado, dia 12 de outubro de 2024.
  2. Zhang Weimintradutor da obra camoniana para chinês, e de Felipe de Saavedra, investigador e camonista, na apresentação do Livro das Odes na Casa Garden, em Macau.
  3. Momento do recital de poesia: alunos da MUST dizem odes de Camões em chinês.
  4. Sessão de autógrafos no final.
  5. Ilustração da Ode III - "Fogem as neves frias", p. 65 da Aquileida.









para saber +


Andreia Sofia Silva
in Hoje Macau, Literatura, 16.10.2024

in RCnA&A - Rede Camões na Ásia & África

in Luís de Camões - Diretório de Camonística

Macau, Fundação Rui Cunha, 24-15 de fevereiro de 2024
e com transmissão online | V. Videoatas 2024

Editora Canto Redondo / Canto Redondo no Facebook











Redação: 11.10.2024, atualizado em 13.10.2024.