2024/10/01

Camões, o Príncipe dos poetas - episódio 3 do programa da RTP2 "Visita Guiada"



Paço Ducal de Vila Viçosa, onde está a grande camoniana de D. Manuel II de Portugal

Camões, o Príncipe dos poetas

Programa cultural "Visita Guiada"
com autoria e apresentação de Paula Moura Pinheiro


Emissão que conta com a presença
da professora e camonista Isabel Almeida | FLUL


30 SET. 2024, 2.ª feira | às 22h55, na RTP 2

in RTP Play | VÍDEO, ± 40:00








Camões, o Príncipe dos poetas

"Nos anos 80 do séc. XVI, pouco tempo depois de ter sido publicado pela primeira vez, o poema Os Lusíadas conheceu a sua primeira edição anotada. O objetivo era ajudar o leitor a compreender as passagens menos claras. 

Ou seja, as dificuldades na leitura do poema épico de Camões datam da primeira hora. Não são devidas aos séculos de distância entre a data da sua produção e a atualidade. 

Que um poema tão exigente tenha tido tanto sucesso ao longo dos tempos e um pouco por todas as geografias é surpreendente. Mas há muitas e muito boas razões para isso. 

Numa visita à biblioteca camoniana de D. Manuel II, a camonista Isabel Almeida fala-nos dessas razões."
Da sinopse do episódio





Camões, o Príncipe dos poetas | Vídeo promocional (1), 2:44
in Visita Guiada | Facebook, 28.09.2024



Paço de Vila Viçosa: biblioteca camoniana de D. Manuel II.


"Como é que Os Lusíadas, um longo poema que nunca foi fácil de ler, 
fascina tanto a tantos há mais de 450 anos?

Em Portugal as edições sucederam-se e na Europa são poucos os países 
que não têm uma ou mais traduções de Os Lusíadas
E há traduções na Rússia, na Turquia, na China, na Índia.

A viagem do poema maior de Luís Vaz de Camões começou 
pouco depois de ter sido publicado em 1572. 
Logo em 1580, Filipe II de Espanha, determinado a ser Filipe I de Portugal, 
patrocinou duas traduções de Os Lusíadas para castelhano. 

Já no século XX, D. Manuel II, o último rei de Portugal, 
construiu no exílio uma excecional coleção sobre Camões 
e essa coleção acabou por regressar à pátria 
a que o último rei português nunca pôde regressar. 
Depois da morte de D. Manuel, em 1932, a coleção passou a integrar 
o património da Fundação da Casa de Bragança.

O interesse com que a obra de Luís Vaz de Camões continua a 
ser lida, acolhida, estudada, discutida é um fenómeno que merece a nossa atenção. 

E há que observar, que do poeta não conhecemos sequer a caligrafia, a assinatura. 

Vai querer saber mais. Venha connosco nesta “visita guiada”."

Transcrição do texto do vídeo promocional.







A professora e camonista Isabel Almeida | FLUL

A força de uma obra-prima! | Vídeo promocional (2), 1:55
in Visita Guiada | Facebook, 30.09.2024


A força de uma obra-prima!

Neste período existe Inquisição, existe censura inquisitorial 
e nós sabemos que Os Lusíadas passaram pelo crivo de um censor inquisitorial. 

O que é interessante é que o censor assina um parecer muito elogioso a “Os Lusíadas”;
apressa-se a justificar até aquilo que poderia parecer menos ortodoxo: 
a presença da mitologia no poema, da mitologia clássica, 
e fica-nos sempre a dúvida sobre se aquele elogio significa que 
Frei Bartolomeu Ferreira, o nome do censor Inquisitorial, se Bartolomeu Ferreira 
deixou passar “Os Lusíadas” tal como Camões os tinha escrito, 
ou se houve alguma pressão censória que determinasse alterações no texto.

Não temos modo de comparar aquilo que está na edição com 
aquilo que teria sido o texto definido, estabelecido pelo próprio poeta. 
O que temos é a possibilidade de comparar o que aconteceu em 1572 
com as edições que se seguiram. Isso dá-nos uma ideia do 
que era um modo de intervenção da censura 
e o que é que vai sofrendo mutilação no texto: 
o que é erótico, a descrição de Vénus no canto II, a Ilha Namorada 
– o que é erótico sofre “poda”; 
o que tem melindre político, pode ou não, depende das edições, sofrer também.
A história da censura de “Os Lusíadas” é a prova da força desta obra.”

Transcrição do texto do vídeo promocional.





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VÍDEO DESTE EPISÓDIO [após a emissão]











Redação: 30.09.2024