2024/10/20

CAMONISTA - Emanuel Paulo Ramos

 









Emanuel Paulo Ramos, 1922-2005
Professor, editor de Os Lusíadas e camonista.


Nasceu na Madeira em 1922.
Era licenciado em Filologia Românica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Foi professor dos liceus e do Colégio Militar, em Portugal continental.


Foi vice-presidente da Câmara Municipal do Funchal quando desempenhava as funções de professor do Liceu do Funchal, tendo tomado posse no dia 12 de novembro de 1959.

Após várias décadas de reedição e melhoramento da edição que organizou de Os Lusíadas de Luís de Camões, encontramo-lo a participar na IV Reunião Internacional de Camonistas realizada na Universidade dos Açores, em Ponta Delgada, com a comunicação “Convergências de manifestações culturais indianas e greco-latinas na poesia de Camões” (1984) e a publicar os seus estudos na Revista da Universidade de Coimbra (1985) e na Humanistas (1984, 1990) do Instituto de Estudos Clássicos da mesma Universidade. Colaborou com várias recensões críticas na revista Colóquio/Letras editada pela Fundação Calouste Gulbenkian (1981, 1982, 1983, 1986, 1987).

Embora também tenha consagrado vários estudos e edições à obra de Antero de Quental, é sobretudo conhecido pela sua edição “escolar” de Os Lusíadas, publicada em 1952 e reeditada muitas vezes: “Sucessivas gerações de portugueses haveriam de estudar Os Lusíadas por esse volume: primeiro no 5º ano dos Liceus e, mais recentemente, nos 9º e 10º anos de escolaridade.” (Cf. o catálogo Camões. Letras impressas (1572-2024). Coimbra: Biblioteca da U. Coimbra, 2024).

O grande camonista Jorge de Sena (1919-1976) tinha na sua biblioteca um exemplar da 3.ª edição, de 1956, que integra agora o acervo da BN de Portugal (PTBN: J.S. 6579). Sobre as edições escolares de Os Lusíadas declarou "e a melhor é sem dúvida, transcendendo em utilidade os usos escolares, a de Emanuel Paulo Ramos" (in A Estrutura de "Os Lusíadas" e outros estudos camonianos e de poesia peninsular do século XVI, Lisboa: Portugália, 1970).

Há edição portuguesa e edição brasileira (a numeração não coincide). A edição é ilustrada. Atualmente, contém vários Prefácios e as seguintes secções da autoria do organizador: Como utilizar a presente edição d'Os Lusíadas; A vida de Luís de Camões, Introdução literária, estrutura do poema; Anotações aos cantos (Proposição, Invocação, assunto, início da narrativa, localização, sugestão artística e fonte histórica); Significado das abreviaturas usadas nas anotações; Pequeno léxico camoniano; Figuras d'Os Lusíadas; Mitologia. Ver a sua descrição na tese doutoral (2015) de Flávio Garcia Vinchy indicada infra.













CAMONIANA

  • Os Lusíadas / de Luís de Camões. – Edição organizada por Emanuel Paulo Ramos. Porto: Porto Ed., 1952. | 2.ª ed., 1955. | 3.ª ed., 1956. | ... | 7.ª ed., 1966. | 1972 | 1974 | 1975 | 1977 | 1978 | 1982 | 1983 | 1985 | 1986 | 1987 | 1990.

Reimpressões da 9.ª edição de Os Lusíadas:

  • Os Lusíadas: ensino secundário (9.º, 10.º, 11.º e 12.º anos) / Luís de Camões. - Edição organizada por Emanuel Paulo Ramos. Porto: Porto Ed., 1.ª reimp. 1992. | 2.ª reimp. 1994. | 3.ª reimp. 1996. | 4.ª reimp. 1997. | 5.ª reimp. 1999. | 6.ª reimp. 2000. | 7.ª reimp. 2003. | 8.ª reimp. 2003. | 9.ª reimp. 2009 / 2011. | 2014. | 2015. | 2016 | ... | set. 2024. - Esta edição aparece também referida como "Os Lusíadas - Edição Didática - Ensinos Básico e Secundário" no site da Porto Editora.
  • (1981) Recensão crítica a: Introdução à Poesia de Luís de Camões, de Maria Vitalina Leal de Matos,  Colóquio/Letras, n.º 64 (nov. 1981), p. 90-91.
  • (1982) Recensão crítica a: Notas Camonianas, de José Pedro Machado, Colóquio/Letras, Recensões Críticas, n.º 69 (set. 1982), p. 80-81.
  • (1983) Recensão crítica a: Micrologia Camoniana, de João Franco Barreto, Colóquio/Letras, n.º 74 (jul. 1983), p. 84.
  • (1984) Os textos camonianos datados de 1572 e as traduções castelhanas de 1580 d'Os Lusíadas, Humanitas, n.º 35-36, Coimbra: Inst. Estudos Clássicos, FLUC, p. 35-36. – Foi feita separata.
  • (1984) O hiperbibasmo nos condicionalismos de certos casos de fixação textual d'Os Lusíadas. - "estudo inédito; concluído em 18.7.1984", indicado em RAMOS 1986.
  • (1985) Duas paroxítonas no fim dos vv. 7.° e 8.° da oitava 1.ª do canto III d'Os Lusíadas. - "estudo inédito; concluído em 18.7.1984)", indicado em RAMOS 1986.
  • (1985) Funções do acento gráfico (agudo, grave e circunflexo) nos exemplares designados por S e D d'Os Lusíadas. - "estudo inédito; concluído em 11.1.1985)", indicado em RAMOS 1986.
  • (1985) Das "Bandeiras" mostradas ao Catual por Paulo da Gama, Revista da Universidade de Coimbra, vol. XXXIII (1985), Coimbra: U. Coimbra, p. 353-358.
  • (1986) Tonicidade e abertura vocálica na língua portuguesa quinhentista. Coimbra: Instituto de Estudos Clássicos, FLUC. – Foi feita separata.
  • (1986) Recensão crítica a: Temas Camonianos, de J. Almeida Pavão, Colóquio/Letras, n.º 89 (jan. 1986), p. 103-104.
  • (1986) Recensão crítica a: Lírica de Camões I. História, Metodologia, "Corpus", de Leodegário A. de Azevedo Filho, Colóquio/Letras, n.º 93 (set. 1986), p. 144-147.
  • (1987) Recensão crítica a: Os Penhascos e a Serpente e outros ensaios camonianos, de Vasco Graça Moura, Colóquio/Letras, n.º 100 (nov. 1987), p. 165-168.
  • (1990) Singularidades perturbantes em exemplares Ee/S e E/D d'Os Lusíadas, Humanitas, n.º 37-38, Coimbra: Inst. Estudos Clássicos, FLUC, p. 139-172. – Foi feita separata.











para saber +


F. V. Peixoto da Fonseca
in Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, 20.08.2005


in Luís de Camões - Diretório de Camonística, 10.06.2024
(V. no catálogo, a secção "Épica: edições escolares", p. 6)


Flávio Garcia Vinchy
1952 Emanuel Paulo Ramos | p. 176-182.
Tese de doutoramento, São Paulo: FFLCU - USP, 2015.
Texto disponível online, em PDF 








Redação: 20.10.2024