"Sob a chama da candeia, Francisco de Holanda e os seus livros"
EXPOSIÇÃO
Comissariada por Sylvie Deswarte-Rosa, CNRS / IHRIM
15 NOV. 2018 (Inauguração, às 18h00) - 19 FEV. 2019
Na Sala de Exposições – Piso 2, da BNP, em Lisboa
Comemorando os 500 anos do nascimento de Francisco de Holanda,
esta exposição reúne as fontes e a historiografia da obra
desta grande figura do Renascimento em Portugal.
"Partindo de obras preservadas na BNP, que pertenceram a Francisco de Holanda e têm anotações de sua mão, realiza-se esta exposição evocativa do quinto centenário do seu nascimento.
Francisco de Holanda (Lisboa, ca 1518-1584) é mais do que apenas um iluminador. Adquiriu, desde jovem, uma visão global do mundo, observando o seu pai, António de Holanda, a iluminar os planisférios e as cartas náuticas de Lopo Homem. Possuidor de uma sólida formação humanista adquirida na corte do rei de Portugal, D. João III, aventurou-se no mundo das ideias, o que é raro entre os chamados «mecânicos» das artes visuais. Francisco de Holanda foi sobretudo um criador, capaz de repensar cada tema, através da análise das suas fontes primordiais.
Desde a sua redescoberta até à primeira metade do século XIX, suscitou inúmeras polémicas. Despertaram interesse nos estudiosos as suas relações com Miguel Ângelo durante a sua viagem a Itália (1538-1540), testemunhadas nos Diálogos de Roma e nos desenhos das Antigualhas.
Hoje em dia, porém, ganhou uma independência e um estatuto próprios, sendo considerado um vanguardista, mercê das imagens extraordinárias da Criação do mundo e do seu tratado Da pintura antigua (1548), não publicado em vida, imagens e textos invulgarmente precursores de outros de criadores muito mais tardios. Cinquenta anos antes dos teóricos italianos, Francisco de Holanda introduz, pela primeira vez num tratado artístico, a teoria neoplatónica da idea (Da pintura antigua, I, cap. 15, «Da idea, que cousa é na Pintura»). Nele confere uma perspetiva mundial à sua análise, encontrando a própria arte divina da Pintura antigua, verdadeira prisca pictura, no mundo inteiro (Da pintura antigua, I, cap. 13, «Como os preceitos da Pintura Antigoa forão por o mundo»).
Francisco de Holanda é assim, na sua especificidade, um dos principais representantes do Renascimento português, emergente na idade dos Descobrimentos, lado a lado com o poeta Luís de Camões, com o navegador D. João de Castro, com o matemático e cosmógrafo Pedro Nunes, com o naturalista Garcia da Orta e com o historiador D. João de Barros. É, pois, tempo de lhe conferir o lugar que é indiscutivelmente seu."
"Francisco de Holanda em Évora. Nascimento de um artista humanista: 1534-1537 / 1544-1545"
EXPOSIÇÃO
29 DEZ. 2019 - 31 MAR. 2020
No Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo, em Évora
Catálogo [PDF]
Arte e Humanismo em português
"Francisco de Holanda (1517-1584)
foi o nosso maior pensador no campo da Teoria das Artes
e, no contexto da Europa do seu tempo, um escritor de absoluta vanguarda.
Artista com imensa produção teórica, de raíz neoplatónica,
e com obra significativa no campo da iluminura e no desenho
(ainda que, como pintor e arquitecto, deixasse escasso trabalho reconhecível),
assume-se como um dos corifeus da arte portuguesa de sempre."
in Vitor Serrão | Facebook, 19.12.2029
- Convite da exposição "Sob a chama da candeia: Francisco de Holanda e os seus livros" realizada na BNP, em Lisboa, de 15 nov. 2018 a 16 fev. 2019.
- "Quinto Dia", por Francisco de Holanda, in De Aettatibus Mundi Imagines, BNE, Madrid.
- "Retrato", por Francisco de Holanda, in De Aettatibus Mundi Imagines, BNE, Madrid.
- Convite pata o lançamento do «Roteiro Francisco de Holanda em Évora: nascimento de um humanista 1534-1537/1544-1545», no Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo, em Évora, 17.05.2024, com apresentação a cargo de Pedro Flor, Historiador de Arte, Prof. na U. Aberta.
para saber +
Lucinda Canela
in Ípsilon, revista do jornal O Público, 10.02.2020
Nuno Pacheco
in Ípsilon, revista do jornal O Público, 20.12.2018
in Património Cultural, DGPC, Agenda
Redação: 29.12.2024