“Macau 2024 - Camões: Myth or Reality Photography Competition”
CONCURSO DE FOTOGRAFIA
Organização:
Macau CLOSER e Sociedade de Artes e Letras
30 NOV. 2024 (Inauguração) | às 18h00 | na galeria da Livraria Portuguesa
Luís de Camões e as marcas do poeta em Macau foram o tema central
desta edição do concurso de fotografia da revista Macau CLOSER.
A mostra reúne as melhores fotografias da competição.
Premiados:
António Leong | Joana Freitas | Nicholas Mok | Kuang Ziyang
As melhores imagens da edição deste ano
do concurso de fotografia da revista Macau CLOSER
estarão expostas na galeria da Livraria Portuguesa.
PORT:
Mito ou Realidade
"era o título da competição deste ano, pondo Luís Vaz de Camões como pano de fundo, uma vez que é celebrado este ano o 500.º aniversário do poeta que terá passado também por Macau.
“Mais importante do que saber se Camões esteve ou não em Macau é perceber se a sua presença ainda hoje é visível na cidade, e, se sim, onde”, diz o texto introdutório do concurso fotográfico, que se transforma agora em exposição.
O desafio que foi lançado aos fotógrafos e entusiastas da fotografia da região foi precisamente que procurassem apresentar as marcas de Camões na cidade atual, quer pela sua presença física, quer metaforicamente através das palavras dos seus poemas. O concurso dividiu-se em dois segmentos: fotografia individual e série.
O vencedor na categoria de fotografia individual foi António Leong, com uma imagem a que deu o nome de “The Sakura Poet”. Agora, em declarações ao PONTO FINAL, António Leong comentou que a maioria dos residentes locais só se lembra da presença do poeta através da Gruta de Camões, no entanto, ele quis mostrar um lado mais abstracto: “Não sou homem de letras, o que Camões me faz lembrar são os seus poemas de amor; e a relação visual mais directa de amor, para mim, devem ser as flores. Foi assim que encontrei esta imagem”. António Leong disse que, quando entra neste tipo de competições, nunca pensa em ganhar, “especialmente esta, que tinha como tema Camões, um tema muito poético e abstracto”. A foto que acabou por vencer o concurso “é muito de estilo documental”, descreveu. A imagem retrata a estátua de Camões que está no Jardim Municipal da Taipa, entre as flores do jardim e com prédios a servir de pano de fundo.
O segundo lugar nesta categoria de fotografia individual foi atribuído pelo júri a Joana Freitas, com uma imagem intitulada “A Pena”, que também mostra a estátua de Camões esculpida pelo artista local Wong Ka Long no Jardim Municipal da Taipa.
Admitindo que foi “complexo entender o que é que o concurso pretendia”, explicou que pretendeu fugir à conhecida gruta do Camões, optando então pela estátua que está na zona do Carmo, na Taipa. “Não estava à espera do segundo lugar e fico contente. É uma boa surpresa porque não sou fotógrafa profissional”, salientou.
A jornalista recordou que o interesse pela fotografia começou desde cedo, quando usava as câmaras dos pais para guardar determinados momentos: “É uma coisa que já está em mim, talvez também por ser jornalista tenho esta coisa de gravar tudo, gosto do conceito de poder armazenar memórias e congelar alguns momentos”. Além disso, a Ásia – e Macau em particular – aguçou o interesse. “Hoje em dia, o meu gosto pela fotografia continua precisamente porque, quando viajo aqui à volta, vejo coisas novas. Mesmo não sendo coisas novas, há coisas que merecem ser memorizadas porque são bonitas esteticamente ou me dizem alguma coisa. A fotogenia da cidade ajuda a que este interesse se mantenha vivo”, afirmou.
Na categoria de série, os jurados do concurso da CLOSER escolheram as fotografias de Nicholas Mok, com cenas da vida quotidiana junto à estátua do poeta no Jardim de Camões. “Através destas imagens, vislumbramos os versos imortais da poesia de Camões. É como se alguém estivesse a cantar, ressoando em cada canto, enquanto outros usam a sua imaginação para conjurar algo mágico”, diz Mok na apresentação da sua série.
“Quando vi pela primeira vez o tema deste concurso de fotografia, achei-o um pouco abstracto. Mais tarde, li sobre as pegadas de Camões em Macau e fiquei inspirado”, comentou agora Nicholas Mok, que começou a fotografar mais assiduamente a partir de 2018. O fotógrafo assinalou também que vencer o concurso no segmento de séries foi “sem dúvida uma grande surpresa”, sendo isto “um incentivo para o futuro”.
O segundo lugar nesta categoria foi para Kuang Ziyang, com uma série que a que chamou “Breath of White”. Esta série é “um salto poético de Jammes, um tipo de poética que deriva do ‘espaço em branco’ da cena”, descreve, acrescentando: “Quando estava a fotografar retratos, queria tentar não fazer dos olhos do sujeito o primeiro ponto de foco desde o início, por isso criei esta série de fotografias, inspirada pelo meu amigo e pela colecção de poesia desbotada que tinha em mãos”.
Assinalando que gosta de poesia portuguesa, em especial de Camões e de Pessoa, Kuang Ziyang explicou agora que a série que apresenta tem como objectivo exprimir o seu “pânico”. “Estava quase a acabar o curso e não sabia o que fazer. A vida era como uma teia de aranha gigante”, recordou, acrescentando que não esperava este segundo lugar: “Pelo contrário, fiquei surpreendido com o facto de os organizadores terem escolhido o meu trabalho com uma exposição anormal e uma composição distorcida”.
In Jornal Tribuna de Macau [online], 29.11.2024,
ENG:
Myth or Reality
"The footprints of famous Portuguese poet Luis Vaz de Camões in Macau was the central theme of this year's edition of Macau CLOSER 's Photography Competition entitled ‘Myth or Reality’. The winning photos were submitted by António Leong, Joana Freitas, Nicholas Mok and Kuang Ziyang and are currently exhibited at the Portuguese Bookshop gallery along with other entrants’ works.
Camões’ life and presence in the city was chosen at this year’s theme as 2024 marks the 500th anniversary of the birth of the poet who spent time in Macau.
“More important than knowing whether or not Camões was in Macau is realising whether his presence is still visible in the city today, and if so, where,” says the introductory text of the photographic competition, which has now been transformed into an exhibition.
The challenge posed to the city's photographers and photography enthusiasts was precisely to try to show Camões’ presence in the city today, either through his physical presence or metaphorically through the words of his poems. The competition was divided into two sections: individual photography and series.
The winner in the individual photography category was António Leong, receiving MOP8,000 for an image he named ‘The Sakura Poet’. António commented that most local residents only remember the poet's presence through the Camões Grotto, however, he wanted to show a more abstract side.
“I'm not a man of letters, but what Camões reminds me of are his love poems; and the most direct visual relationship of love, for me, must be flowers. That's how I found this image.”
António admits that when he enters this type of competition, he never thinks about winning, “Especially this one, whose theme was Camões, a very poetic and abstract theme.”
António’s winning photo depicts the statue of Camões in the Taipa Municipal Garden, among the garden's flowers and with buildings serving as a backdrop.
Second place in this individual photography category was awarded by the jury to Joana Freitas, with an image entitled ‘A Pena’, which also shows the statue of Camões sculpted by local artist Wong Ka Long in the Taipa Municipal Garden.
Joana explained that she wanted to get away from the well-known Camões grotto, opting instead for the statue in the Carmo area of Taipa.
“I wasn't expecting to win second place and I'm delighted. It's a nice surprise because I'm not a professional photographer,’ she said.
A journalist here in Macau, Joana recalls that her interest in photography began at an early age when she used her parents' cameras to record certain moments: “It's something that's already in me, maybe also because I'm a journalist I have this thing about recording everything. I like the concept of being able to store memories and freeze certain moments.”
“Today, my love of photography continues precisely because when I travel around Asia, I see so many new things. Even if they're not new, there are things that deserve to be remembered because they're aesthetically beautiful or tell me something. The photogenic nature of Macau helps to keep this interest alive in me,’ she said.
In the series category, the competition judges chose Nicholas Mok's photographs of scenes of daily life next to the statue of the poet in Jardim de Camões.
“Through these images, we glimpse the immortal verses of Camões' poetry. It's as if someone is singing, resonating in every corner, while others use their imagination to conjure up something magical,” said Mok in the presentation of his series, which also was awarded an MOP8,000 prize.
“When I first saw the theme of this photography competition, I thought it was a bit abstract. Later, I read about Camões‘ footprints in Macau and I was inspired,” said Nicholas, who started taking photographs in 2018. The photographer also pointed out that winning the competition in the series segment was “undoubtedly a great surprise” and “an incentive for the future”.
Second place in this category went to Kuang Ziyang, with a series he called ‘Breath of White’. This series is “a poetic leap from Camoes, a kind of poetics that derives from the “blank space” of the scene,” he describes, adding: “When I was shooting portraits, I wanted to try not to make the subject's eyes the first point of focus from the start, so I created this series of photographs, inspired by my friend and the collection of faded poetry I had on hand.”
Pointing out that he likes Portuguese poetry, especially Camões and Pessoa, Kuang Ziyang explained that the series aims to express his “panic”.
“I was about to graduate and didn't know what to do. Life was like a giant spider's web,” he recalled, adding that he didn't expect this second place: “On the contrary, I was surprised that the organisers chose my work with its abnormal exposure and distorted composition.”
In Macau Closer | Facebook, 1.12.2024
para saber +
André Vinagre
in Jornal Tribuna de Macau, 29.11.2024, p. 14-15. | PDF
Redação: 2.12.2024