O Último Canto: Camões e o Destino
ÓPERA
10 JUN. 2025 | às 21h30
No Centro Cultural Raiano, Idanha-a-Nova | Portugal
M/6 | Duração: 62
Autorias:
Composição e Libreto – César Viana
Tradução do texto original – Larissa Shotropa, João Maria Lourenço
Poemas – Luís de Camões
Encenação – Miguel Moreira
Direção Musical – Brian MacKay
Elenco:
Luis Vaz de Camões – barítono Luís Rodrigues
Francisco Quevedo – tenor Mário Alves
Vasco Quevedo – soprano Daniela Matos
Jau – F. Pedro Oliveira
ZêzereArts Vocal Ensemble
Musicamerata Ensemble
O herdeiro literário de Camões
"O ponto de partida para esta ópera foi a surpreendente descoberta de
um texto do dramaturgo russo do século XVIII Vassili Jukovski
com o título “Camões”,
cuja trama dramática fornece o ambiente e o contexto perfeitos
para uma criação de teatro musical.
A cena descreve o encontro de um velho amigo de Camões,
José de Quevedo Castelo Branco e do seu filho, Vasco Quevedo
– por muitos considerado o herdeiro literário de Camões - com o poeta,
que está já nos últimos anos da sua vida, esquecido e abandonado num asilo.
O drama, na forma muito próximo das “Pequenas Tragédias” de Alexander Pushkin,
exalta a poesia e a criação como elixires da vida e alicerces da condição humana.
Como complemento ao belíssimo texto de Jukovski,
que é adaptado e condensado para melhor servir os condicionalismos de
uma produção de ópera (como é habitual em qualquer libreto),
são introduzidos textos poéticos de Camões com carácter autobiográfico,
que vão ao encontro de situações narradas pelos dois amigos no texto de Jukovski.
A música tem como ponto de partida os paradigmas composicionais e instrumentais
do século XVI - a época de Camões -, evidentemente inseridos num contexto actual,
sendo por essa razão particularmente adequada a representações
em espaços históricos com uma acústica ressonante."
Musicamera Produções | Canal no Youtube,
Sinopse
Cena 1
"O rico negociante Francisco Quevedo de Castelo Branco, um amigo de infância de Luís Vaz de Camões, procura-o num hospício onde sabe que acaba os seus dias.
O guarda diz-lhe que é o número 10, e depois de muito procurar acaba por encontrá-lo.
Mas Camões dorme na sua esteira e Quevedo espera, para não o despertar, enquanto recorda a razão principal para a sua ida a esse lugar: o seu filho Vasco Quevedo de Castelo Branco, que descura os negócios da família e aspira a ser poeta, querendo imitar o seu ídolo: Camões."
Cena 2
"Camões desperta, e a princípio não reconhece Quevedo, pensando ser alguém que quer poemas para alguma ocasião social.
Mas ele recorda-lhe episódios da juventude de ambos que o fazem finalmente lembrar-se.
No entanto, enquanto relembra episódios juvenis, Quevedo faz-lhe ver que a sua vida foi mais bem sucedida que a dele, o que desperta profunda irritação em Camões.
Mas através de lisonja e dissimulação, Quevedo vai conseguindo acalmar Camões, acabando por revelar o seu propósito: que o jovem Vasco, seu filho, veja como acabam os dias de um poeta e resolva dedicar-se aos negócios da família.
Resignado, Camões acaba por aceitar a proposta, e Quevedo vai chamar o seu filho."
Cena 3
"Como num sonho, Camões recorda as suas viagens por mar até mundos distantes, os seus amores perdidos lá longe, e em particular o seu criado Jau, que é quem anda por Lisboa pedindo esmola para ele e acabou por tornar-se no seu amigo mais fiel.
Lembrando o mar, recorda também as difíceis circunstâncias em que salvou o manuscrito dos Lusíadas num naufrágio."
Cena 4
"Vasco Quevedo de Castelo Branco, filho de Francisco, vai ao hospício em busca de Camões, mandado por seu pai.
Não tendo muitas expectativas em relação às capacidades poéticas do jovem, Camões tenta ao princípio dissuadi-lo das suas pretensões, mas, conforme o vai ouvindo falar, surpreende-se com a sinceridade e nobreza da sua inspiração.
Entende então que, tal como ele seguira os passos dos grandes clássicos, é agora a vez de Vasco seguir os seus, e isso dá-lhe uma inesperada tranquilidade, quando sente que são chegados os seus últimos momentos, sentindo que a sua vida não foi em vão.
Vasco tenta levá-lo a casa para que se recupere, mas Camões sabe bem que é chegada a hora e morre em paz."
Edição do FOO - Festival de Ópera de Óbidos, 2024
Consulte e leia aqui todo o libreto: [PDF]
da Ópera O Último Canto: Camões e o Destino
para saber +
o responsável pela composição musical e libreto do espetáculo.
Conheça o projeto na própria página oficial.
[Espetáculo no Centro Cultural Olga Cadaval em Sintra, em 10 de junho 2024.
in Luís de Camões - Diretório de Camonística, 27.05.2024
in Luís de Camões - Diretório de Camonística, 7.09.2024
Redação: 12.03.2025